A distinção foi recebida pelo vereador da região descentralizada de Santa Maria e vice presidente da Câmara municipal do Sal, Herminio Monteiro.
Para Solange Cesarovna, cantora e presidente da SCM, este festival é “um sonho realizado, esta noite tem sido inspiradora, porque todo o trabalho de muitos anos está a colher os seus frutos hoje".
“Cesaria Évora, com a sua voz suave e divinal, conseguiu fazer Cabo Verde ser conhecido no mundo através de obras de autores extraordinárias, sem os quais nenhum cantor poderá fazer sucesso”.
Santa Maria passa a reconhecer a necessidade de pagar os direitos autorais mas “o caminho se faz caminhando”.
Cesarovna avança que a SCM tem protocolos assinados com praticamente todos os municípios de Cabo Verde , daí que acredita que em breve outros festivais municipais seguirão o exemplo do município do Sal e do Festival de Santa Maria.
Albert Nyathi, artista do Zimbabwe que actuou no festival de Santa Maria a convite da SCM, lembrou que grande parte da riqueza da África está na diversidade e especificidade dos seus países, cidades, vilas e comunidades. E isso é demonstrado através da arte que tem as suas particularidades e é diferente em cada país.
“Imagina um dia sem música no continente africano. A nossa arte é o nosso negócio. Através da nossa música, retiramos o nosso ganha-pão. O nosso negócio é fazer as pessoas felizes. África e o Mundo precisam de reconhecer isso e começar a compensar os compositores pelo seu trabalho. Apelamos aos Governos de todos os países africanos a reconhecer e valorizar a arte e perceber que não estamos a mendigar mas a exigir algo que é nosso e deve ser reconhecido”.
Antes mesmo de tecer qualquer comentário, também o angolano C4 Pedro pediu aos jornalistas um momento para aplaudir a iniciativa pioneira que considera uma grande demonstração de respeito e de amor pelos artistas, pelos compositores e um exemplo a seguir por outros países africanos, nomeadamente os lusófonos, como a sua terra natal, Angola.
A voz do Hip Hop Kriol, Batchart também enaltece a atitude da edilidade salense e da organização do festival. “Eu próprio já recebi o meu primeiro cheque da SCM. É uma grande mais valia para Cabo Verde. Mais do que uma forma de subsistência do artista, é a possibilidade desse reconhecimento voltar a ser empregue lá de onde veio, ou seja, em mais produção musical”.