Este ano há duas novidades: a participação do grupo de Marrocos no festival e a recriação da “Viagem pela História”, uma peça de teatro que retrata os acontecimentos históricos relevantes da Cidade Velha, da época dos descobrimentos e do povoamento de Cabo Verde. O cartaz do evento foi apresentado pelo presidente da Companhia de Teatro, Fladu Fla, Sabino Baessa.
Portugal, Marrocos, Guiné-Bissau, Angola e Brasil são os países que estarão representados no TEARTI. A nível nacional estarão Os Trapalhões da Ilha Brava, o projecto “Chiquinho” de São Nicolau, Raiz di Polon, Fladu Fla e Enigma, da Cidade da Praia.
A abertura do festival será no dia 18, no Platô, pelas 19h00, com a segunda edição da “Viagem pela História”. De seguida, o grupo Fladu Fla vai apresentar a peça “Fronta”.
Segundo Sabino Baessa, esta recriação será apresentada graças à parceria com a Câmara de Ribeira Grande de Santiago. “Será um teatro de rua. As pessoas que não tiveram oportunidade de ver essa recriação na Cidade Velha poderão assisti-la na Cidade da Praia. O público merece assistir ao brilho que essa recriação teve na Cidade Velha”.
Nos outros dias, o grupo de Portugal vai apresentar a peça “Na solidão dos campos de algodão”. Marrocos vai participar com uma peça. Angola também estará representado pelo grupo de teatro Trupe Tic Tac com a peça “Firmino Rubateiro”. Do Brasil vem um grupo que vai apresentar a peça “Tempo para dizer”.
O grupo Os Trapalhões vai apresentar a peça “Os Três Chifrudos”. Em representação das ilhas de Barlavento, virá o projecto “Chiquinho” que vai mostrar a peça “Como quem ouve uma melodia muito triste”.
Sabino Baessa garante que já está tudo a postos para o arranque do Festival Internacional do Teatro do Atlântico. “O conceito deste festival é promover a identidade cultural de Cabo Verde, mas para isso temos que trazer a identidade cultural dos países de origem da cultura de Cabo Verde”, sublinha.
Realizado pela companhia de teatro Fladu Fla, o festival conta com a parceria da Câmara Municipal da Praia, do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas e do Centro Cultural Português da Praia.
O Centro Cultural do Brasil é também uma parceira da organização desse evento. “Cada ano procuramos trazer novos países porque os países que constituem o corredor do Atlântico são muitos, pois queremos sempre receber novos convidados”.
Conforme explicou, a maior parte dos espectáculos vai acontecer no Cinema da Praia. O Centro Cultural Português/Instituto Camões vai receber os espectáculos dos grupos de Portugal e do Brasil enquanto que o Arquivo Histórico Nacional vai receber uma adaptação da obra de Teixeira de Sousa, no âmbito do centenário do escritor. O Palácio da Cultura Ildo Lobo receberá os espectáculos infantis.
Os bilhetes já estão à venda por 300 escudos, sendo que os espectáculos que vão acontecer no Centro Cultural Português terão entrada grátis. “O Centro Cultural Português entendeu que deveria subsidiar o festival para não desviar dos procedimentos internos”, explica.
Este ano haverá menos países convidados e menos espectáculos. “Temos menos grupos do que no ano passado porque trazer muitos grupos para apenas uma semana de evento cria muitos constrangimentos e temos que apresentar dois espectáculos numa noite, e com isso, às vezes sacrificamos a plateia”.
Nesta edição, cada grupo terá oportunidade de apresentar uma peça, sendo que o Fladu Fla vai mostrar dois trabalhos. “Apresentar mais espectáculos só seria possível se os outros municípios aceitassem a extensão do festival”, explica.
Oficinas
Durante o festival serão realizadas algumas oficinas com os grupos internacionais. “Vamos aproveitar a vinda dos grupos internacionais, para durante uma semana partilharem a sua experiência em vários módulos, que ficam a critério de cada grupo”, diz.
Essas oficinas vão acontecer nas escolas secundárias de São Filipe, da Calabaceira e da Achada Grande Frente.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 932 de 09de Outubro de 2019.