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A data foi instituída em Fevereiro de 2018, dia do nascimento do compositor e músico Francisco Xavier Da Cruz – B.Leza. Um ilustre compositor que deixou marcas históricas na geração dos músicos cabo-verdianos, desde a sua época até actualidade.
A Morna foi consagrada Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, no dia 11 de Dezembro de 2019.
O Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, na sua mensagem alusiva a essa data, frisou que no ano da elevação da Morna como Património Cultural Imaterial da Humanidade, e no ano seguinte, o dia foi profusamente comemorado em todo o território nacional e na diáspora, com eventos e acções que dignificam o género.
No entanto, acrescentou, neste ano atípico decorrente das mazelas da pandemia, a sombra de uma nova vaga, com reflexos negativos a nível orçamental, decretam comemorações menos efusivas.
Na mesma linha, frisou que garantir a sustentabilidade do país no que tange à mitigação dos impactos da COVID-19 em sectores essenciais para a sobrevivência e bem-estar comum ditaram, desde 2020, “a concentração dos esforços orçamentais em áreas como família, inclusão social, saúde e afins, sectores de suma importância e essenciais à vida dos cabo-verdianos, particularmente dos que fazem da morna e da cultura o seu modus vivendi, relegando para segundo plano a continuidade, por hora, das acções inseridas no plano de salvaguarda”.
Por outro lado, indicou que se continuou a apostar na vertente ensino artístico com a continuidade dos projectos financiados pelo BA- Cultura, através da Academia Cesária Évora e pedagogicamente junto às escolas do ensino básico e secundárias.
Para Abraão Vicente a opção de dedicar todo o mês de Dezembro à celebração da morna, associando-se a outros actores, designadamente as câmaras municipais – nomeadamente São Domingos com a promoção de uma feira cultural para os dias 18 e 19, realçando a caraterística que é marca do município “terra de música e músicos” e berço de Anu Nobu, e consagrando uma vez mais o 17 de Dezembro, data que se assinala mais um ano do passamento físico da Diva dos pés descalços, com um conjunto de actividades, sob o epíteto “10 one di sodade”, que culminarão com a tradicional serenata e concerto na rua do Núcleo Cesária Évora, em Mindelo.
“A par de várias iniciativas individuais, dentro e fora do país, visam marcar a data, transmitir a mensagem de que apesar das vicissitudes actuais continuamos firmes no propósito de seguir elevando a morna e seus cultores, crentes em dias melhores e no retorno pujante do processo de implementação do plano de salvaguarda da mesma junto aos detentores, à comunidade artística, à sociedade cabo-verdiana”, cita.
No final da sua mensagem, Abraão Vicente felicitou todos os compositores, artistas, intérpretes, investigadores, estudiosos e a todos os cabo-verdianos por esse dia, “pois a Morna está inscrita na alma de todos nós”.
Expresso das Ilhas distribuiu colecção "Morna: Música Raínha de Nôs Terra"
Recorde-se que numa iniciativa inédita no jornalismo cabo-verdiano, o Expresso das Ilhas por ocasião da Candidatura da Morna a Património Cultural da Humanidade, distribuiu com o jornal, durante os meses de Novembro e Dezembro de 2019, uma colecção de “Morna: Música Rainha de Nôs Terra” (5 livros + CD), resultado de uma parceria com a Editora a Bela e o Monstro e o jornal Público, de Portugal.
A colecção começou a ser distribuída em Cabo Verde pelo Expresso das Ilhas no dia 27 de Novembro e, em Portugal, pelo jornal Público a partir de 29 de Novembro, durante cinco semanas.
Em cinco volumes – número igual ao das letras da palavra Morna ou dos dedos do seu executante no violão – distribuídos semanalmente, a colecção propôs fazer o percurso histórico da Morna seguindo uma linha cronológica que desse conta da evolução deste género musical a começar pelo Volume I – Morna: Alma de um Povo; Volume II – Morna: Música Cosmopolita I; Volume III – Morna: Música Cosmopolita II; Volume IV – Morna: Compositores, Intérpretes, Instrumentistas e Conjuntos Musicais Intemporais e Volume V – Morna Nova.
