Crónicas Soviéticas, segundo A Rosa de Porcelana Editora, é o título que Osvaldo Lopes da Silva atribuiu a este ensaio histórico e memorialístico que agora ficará à disposição dos leitores.
“Focando-se sobretudo, mas não exclusivamente, na década de 1960 em diante e nos três momentos que estigmatizam as ligações do autor com a (hoje) ex-URSS, cuja identificação e arrumação periodológica é indispensável para a compreensão da conveniência e mesmo da oportunidade da vinda a público, em boa hora, das Crónicas Soviéticas”, acrescenta.
O Prefácio, escrito pelo investigador Julião Soares Sousa, afirma que o livro é uma oportunidade de revisitar um tempo histórico sem dúvida idiossincrático em que o autor faz desfilar vários acontecimentos e várias personalidades que foram, “mal ou bem e para o mal ou para o bem, dependendo das perspectivas analíticas de cada um, verdadeiros protagonistas. Múltiplos são os méritos da vinda a público das Crónicas Soviéticas, mas o mérito maior é, incontestavelmente, o de desbravar um caminho novo”.
“É que são praticamente inexistentes memórias de quadros de movimentos de libertação que, tendo feito formação na URSS ou alhures se predispuseram a relatar suas vivências. Diríamos até que esta é, indiscutivelmente, uma das grandes omissões da literatura anticolonial dos espaços de colonização portuguesa em África”, escreve.
Por isso, a mesma fonte sublinha que não podia deixar de enfatizar a importância deste contributo de Osvaldo Lopes da Silva para a História Contemporânea.
Natural de São Nicolau, Osvaldo Lopes da Silva fez a instrução primária na cidade da Praia e os estudos secundários no Mindelo.
De acordo com a nota da Rosa de Porcelana Editora, Osvaldo Lopes da Silva cursava Engenharia Civil, em Portugal, quando, em 1961, integrou o PAIGC e fugiu para aderir ao movimento anticolonial, liderado por Amílcar Cabral. Completou o Curso de Economia em Moscovo, tendo depois integrado a luta armada de libertação nacional, como comandante de artilharia.
Com a proclamação da Independência de Cabo Verde em 1975, Osvaldo Lopes da Silva assumiu as pastas ministeriais da Economia e Finanças, até 1986, e de Transportes, Comércio e Turismo, até 1990. Foi-lhe outorgado a condecoração do Primeiro Grau da Ordem Amílcar Cabral. Em 2011, publicou o livro Nos tempos da minha Infância.