Reedição da obra “O Caboverdiano em 45 lições” apresentada na Praia

PorDulcina Mendes,8 jul 2021 10:06

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O linguista Manuel Veiga lança esta quinta-feira, 8, na cidade da Praia, a segunda edição da obra “O Caboverdiano em 45 lições”.

Numa nota prévia, o autor escreve que a primeira edição desta obra aconteceu em 2002 e, em pouco tempo, o livro ficou esgotado. Ao longo dos anos, o Manuel Veiga tem recebido vários pedidos, no país e na diáspora, para a reprodução em fotocópia, para fins, sobretudo, didáticos. 

“Refletindo sobre a questão, cheguei à conclusão de que tinha chegado a hora de providenciar uma 2ª edição. O Instituto do Património Cultural compromete-se a editar a obra no início de 2020, no quadro do Dia Internacional das Línguas Maternas, e do 40º aniversário da introdução do ensino formal do crioulo na Escola de Formação de Professores do Ensino Secundário, onde fui professor da Estrutura do Crioulo”, frisa. 

“Ora, porque entendi que já não dava para continuar a esperar por um patrocínio que nunca chegava, tomei a decisão de levar a cabo a presente edição”, acrescenta. 

O autor explica que esta edição é uma versão corrigida da anterior. “Ela traz ainda três anexos que não figuram na 1ª edição. O primeiro anexo fala do Processo de Afirmação da Escrita do Crioulo do séc. XIX à actualidade. O segundo apresenta as seis regras de acentuação no crioulo (R1 – R6). O terceiro é uma resposta ao questionamento sobre o chão onde nasceu o crioulo cabo-verdiano”. 

“Uma outra explicação que devo aos leitores é a leitura que faço da capa que exibe o rosto, aparentemente inocente, de uma donzela, na flor da idade. Eis, pois, o que a nova capa simboliza: Trata-se de uma homenagem às nossas crioulas. Com efeito, um dos primeiros laboratórios do crioulo foi na alcova, ou em qualquer outro 'ninho' escondido, onde o patrão branco possuía as garbosas donzelas negras”, aponta.

Por outro lado, Manuel Veiga explica que, desde 2015, que se encontra aberta a possibilidade da Revisão Constitucional, a qual deverá acontecer, na 10ª legislatura, que começou na sequência das eleições legislativas de 18 de Abril de 2021. Neste sentido, Veiga sugere uma nova redação do artigo 9º da Constituição. 

“São línguas oficiais o português e o cabo-verdiano (designado, também, por crioulo caboverdiano). 2. O Estado promove as condições para a construção efectiva e progressiva da paridade formal e informal entre as duas línguas oficiais da República. 3. Todos os cidadãos nacionais têm o dever de conhecer as línguas oficiais e o direito de usá-las”, sugere.

Com a chancela da Acácia Editora, a apresentação da obra, que acontece na Biblioteca Nacional, esta quinta-feira, pelas 17H30, estará a cargo da linguista Karina Moreira, com a participação do músico Gil Moreira.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1023 de 7 de Julho de 2021.

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Autoria:Dulcina Mendes,8 jul 2021 10:06

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  21 abr 2022 23:20

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