Curtas e longas-metragens sobre Cabo Verde apresentadas em Lisboa

PorDulcina Mendes,19 fev 2022 6:13

O Centro Cultural de Cabo Verde e a UCCLA acolhem de 19 de Fevereiro a 24 de Março uma Mostra de Filmes intitulada “de Dentro e Fora”, com curtas e longas-metragens, de temas relacionados com Cabo Verde.  

Esta mostra de filmes arranca este sábado, 19, com a curta-metragem “Nha Mila” da realizadora Denise Fernandes. Esta curta-metragem “acompanha as quatro horas de escala em Lisboa de Salomé que viaja para Cabo Verde para ver o seu irmão moribundo, depois de 14 anos longe da sua terra natal”, lê-se na sinopse. Denise Fernandes nasceu em Lisboa e é filha de pais de origem cabo-verdiana.

Depois de “Nha Mila”, será exibida a longa-metragem “Ilhéu de Contenda” do realizador Leão Lopes. “Baseado no romance homónimo de Henrique Teixeira de Sousa, Ilhéu de Contenda é situado em Cabo Verde, na primeira metade dos anos 60, um período de grandes mudanças na região, em que a velha aristocracia começa a desagregar-se e a ser substituída por uma nova classe. O protagonista escolherá ficar em Cabo Verde, ao invés de vir para a “metrópole” europeia”. Leão Lopes é um realizador de cinema, escritor, artista plástico e professor.

Ainda no mesmo dia, o Centro Cultural de Cabo Verde acolhe uma conversa com Adilson Gomes, Director Geral da Cultura, Coordenador do Núcleo Nacional de Cinema, Júlio Silvão Tavares, presidente da ACACV-Associação de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde, Denise Fernandes, realizadora do filme “Nha Mila” e Leão Lopes, realizador do filme “Ilhéu de Contenda”, sendo moderadora Kitty Furtado, da Universidade de Coimbra, CES-Centro de Estudos Sociais.

No dia 26 de Fevereiro serão ainda exibidos os documentários “Alma Ta Fika” de João Sodré e “Coração de Poeta” de Neu Lopes. No dia 3 de Março, a UCCLA será palco de apresentação da curta-metragem “Viagem a Cabo Verde” de José Miguel Ribeiro e do documentário “A Casa” de Rui Simões.

Ainda na UCCLA serão exibidos no dia 17 de Março os documentários “Hora Di Bai” de Samira Vera-Cruz e “Alcindo” de Miguel Dores. Por No dia 24 de Março, a UCCLA recebe as longas-metragens “Nhô Simplício” de Pedro da Conceição e KMÊDEUS” de Nuno Miranda. No final das exibições acontece uma conversa aberta com os realizadores.

Exposição

No dia 18 deste mês, decorre o encerramento da exposição “de Dentro e Fora – Colectiva de Artistas de Cabo Verde”. Segundo uma nota enviada, esta exposição foi considerada a maior mostra das artes visuais desde a independência de Cabo Verde na UCCLA.

A exposição teve a curadoria de Ricardo Barbosa Vicente e contou com a parceria da Embaixada de Cabo Verde em Portugal, do Centro Cultural de Cabo Verde e do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde.

A sessão de encerramento contará com as intervenções do Secretário-geral da UCCLA, Vitor Ramalho, e do Embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro. Na ocasião haverá uma palestra moderada pelo coordenador da exposição, Rui Lourido, e contará com a participação de Leão Lopes, António Pinto Ribeiro e Ricardo Barbosa Vicente.

Lançamento de livro

Esta quinta-feira, 17, o auditório da UCCLA acolhe o lançamento do livro “Deflagrações” da autoria de José Luís Hopffer Almada,

O lançamento desse livro contará com as intervenções da professora Simone Caputo Gomes (videoconferência), da poetisa Conceição Lima (videoconferência), do economista e activista anti-racismo Jorge Almeida Fonseca (presencial) e do Professor Inácio Pereira (videoconferência), com a moderação do professor de literatura Hilarino da Luz. Na ocasião haverá um recital de poesia com a participação do poeta Mário Máximo e do Grupo Tapoé.

O livro, que pretende desconstruir tudo o que está sendo escrito sobre a pertinência ou a impertinência de uma poesia cabo-verdiana de afro-crioulitude ou de negritude crioula, está dividido em duas partes distintas. Uma parte poética e outra ensaísta.

“Para tanto, disseca e analisa várias teorias identitárias sobre o caso cabo-verdiano por muito tempo tido como o paradigma do sucesso da ideologia luso-tropical, inventada por Gilberto Freyre e recuperada para os fins imperiais pelo colonial-fascismo português”, lê-se na nota enviada pela UCCLA.

Na parte poética, atribuída a Erasmo Cabral de Almada, o autor privilegia uma postura que se quer portadora de um olhar mordaz sobre a sociedade cabo-verdiana, “as atribulações da sua história e as suas hodiernas indagações identitárias, como nos poemas parábola sobre o castanho sofrimento e a verde insurgência das criaturas das ilhas”. 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1055 de 16 de Fevereiro de 2022. 

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Autoria:Dulcina Mendes,19 fev 2022 6:13

Editado porFretson Rocha  em  6 nov 2022 23:27

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