“Afinal, o que queremos com a palavra é procurar novos destinos, nova gente e novos pensamentos”, disse a escritora aos jornalistas, momentos antes de receber o prémio das mãos da primeira-dama Débora Katisa Carvalho.
A autora de Mornas eram as noites apontou que ser distinguida com o prémio demonstra que a literatura cabo-verdiana está “viva e pujante”.
“Já estamos com dois Prémios Camões, com gente nova a escrever nas redes sociais, com universidades a produzir investigadores literários. Estamos num bom caminho”, referiu a escritora.
Instituído desde 2017, em Portugal, o primeiro prémio foi atribuído a Manuel Alegre, seguindo-se Nuno Júdice, em 2018, e José Jorge Letria, em 2019. Em 2020, o prémio foi entregue a Ana Luísa Amaral, sendo que ainda no mesmo ano foi alargado aos restantes países da lusofonia, tendo sido o antigo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, distinguido com o galardão.
Em 2021, a escritora cabo-verdiana Vera Duarte Pina recebeu o prémio, em reconhecimento pela sua “luta no activismo literário e cultural sobre os direitos humanos”.
O prémio literário, que tem Guerra Junqueiro como patrono, pretende destacar e evidenciar todos aqueles que partilham dos mesmos ideais e que utilizam a escrita para defender as causas que foi, em tempos, a luta deste grande poeta português.
Escritora e poetisa cabo-verdiana, Dina Salústio nasceu em 1941, em Santo Antão. Publicou em 1994 uma coletânea de 35 contos intitulada Mornas Eram as Noites, e estreou-se no romance com A Louca de Serrano, em 1998. Salústio foi uma das fundadoras da Associação dos Escritores Cabo-verdianos, assim como de diversas publicações literárias.