“Quando reconstruímos lugares como estes estamos a reconstruir parte da nossa própria história”, afirmou o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente, que está de visita à ilha da Boa Vista.
O forte, construído durante o período colonial português, em 1820, no ilhéu na baía do porto da vila de Sal Rei, tinha a função de defesa daquele ancoradouro contra os então frequentes ataques de piratas à ilha da Boa Vista.
A um quilómetro da e da cidade de Sal Rei, sobreviveram até aos dias de hoje apenas os canhões e algumas muralhas, que ainda recordam as guerras do passado e a protecção da exportação de sal, algodão, gado, cal e cerâmica na altura.
“Apresenta-se também, a partir deste forte, o berço da ecologia de uma reserva natural da marinha a todo o mundo a partir de um património que serve como alavanca para a construção para contar a história da Boa Vista. Teremos, ainda, uma espécie de centro interpretativo para contar a história do ilhéu, da infraestrutura, e uma plataforma que se ligará ao Centro Interpretativo do Museu da Arqueologia Subaquática, com uma sala dedicada ao ilhéu”, afirmou ainda.
O Instituto do Património Cultural (IPC) é entidade responsável pelo projecto de reabilitação, conservação e musealização daquele forte com mais de 200 anos. Trata-se de uma obra avaliada em 4,2 milhões de escudos, cofinanciada pela Direcção Nacional do Ambiente através do programa da Bio-Tur e com financiamento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O forte já foi anteriormente alvo de trabalhos de prospecção arqueológica e neste momento as obras têm como foco a consolidação dos restos arquitectónicos, em sítios onde se revelem necessários, para que possa impedir a contínua degradação.
Após a conclusão da reabilitação, o objectivo do Governo é integrar o monumento na rota do turismo local, sendo esta a segunda ilha mais procurada pelos visitantes do arquipélago.
Segundo o IPC, o projecto, além de permitir reabilitar um forte histórico para o arquipélago, vai ainda gerar indirectamente uma nova fonte de rendimento para os pescadores locais, que garantem o transporte entre a ilha e o ilhéu.