A artista que pisou o palco da Baía mais de uma hora após o horário inicialmente agendado, 21:30, fez o público esquecer rapidamente o atraso, com o seu “Macetando”.
Surgiu no palco trajada com as cores de Cabo Verde, indumentária confeccionada propositadamente para este fim, como disse, e ainda com a bandeira cabo-verdiana ao ombro.
Num ritmo frenético, continuou a sua performance com “Poeira”, uma das suas músicas mais conhecidas em Cabo Verde e que as pessoas presentes no areal acompanharam cada refrão a plenos pulmões.
Mas, o “amor declarado” não seria somente dos festivaleiros, Ivete Sangalo disse que Cabo Verde é um país com que se identificou logo ao chegar ao Aeroporto Internacional Cesária Évora, em São Vicente, que a acolheu com “um abraço”.
“Senti-me amada, que lugar tão lindo, mas o melhor daqui é o povo”, declarou, ao agradecer o público que respondeu gritando o seu nome.
Desta forma, garantiu que apesar de ser a primeira vez que actua em Cabo Verde, com certeza, não vai ser a única no arquipélago, que tem “muito de comum” com a sua terra natal, Salvador da Bahia, principalmente o Carnaval.
Aliás, prometeu voltar mesmo para a festa de Carnaval e se misturar com o povo. “Vocês nem me vão reconhecer”, brincou.
Continuando o espectáculo, com duração de mais de duas horas, revisitou o seu repertório com “Pererê”, “Pedra Rara”, “Rua da Saudade”, que antecedeu um dos momentos altos da sua apresentação, quando cantou “Sodade”, eternizada por Cesária Évora”, descalça em “sinal de respeito” à diva cabo-verdiana.
Um momento que também o público acompanhou, cantando do príncipio ao fim.
Ivete Sangalo, que cantou, dançou com o grupo de dançarinos e tocou bateria, ainda surpreendeu o público com um momento de “mandinga”, uma das figuras do Carnaval mindelense.
Mais de uma vez revelou o quanto estava feliz pelo primeiro espectáculo em Cabo Verde, Ivete Sangalo prosseguiu com um show de muitas energia e fez ouvir outros sucessos como “Eva”, “Na base do beijo”, que intercalou com um momento mais romântico de “Se eu não te amasse tanto assim”, e de seguida continuou o frenesim com “Dalila”,
E mesmo após se despedir, voltou mais uma vez ao palco para responder ao pedido de “bis” do público e voltou a cantar “Poeira”.
No final, afirmou estar muito cansada para entrevistas e declarou somente algumas palavras à imprensa em que confirmou que muitos dos artistas brasileiros que já vieram a Cabo Verde faziam-lhe “ciúmes”, mas agora podia se exibir por ter estado com este “povo lindo”.
O primeiro dia do festival prosseguiu por volta das 02:00 da madrugada com MC Acondize, figura que subiu ao palco por dois anos consecutivos e que mostrou o porquê de ser um dos `performers´ mais requisitados para os festivais do país e ainda internacionalmente.
E num repertório de “É pa pila”, “Vizinha fofokera”, “Bu sta mutu avontade”, “Nu ka sta para” e outros, fez o público tirar os pés do chão.
Hoje, o palco abre às 21:00 com o projecto Divas do Mindelo, que inclui as vozes de Berthânia Almeida, Jennifer Soledade, Diva Barros e Ceuzany, seguidas de Vlu e Banda, um dos fundadores do festival, e ainda Marísia e Johnny Ramos, TAYC e T-REX.
Sábado, 17, cabe ao colectivo Lisbon Street, de artistas mindelenses que aos sábados actuam na Rua de Lisboa, inaugurar o dia, também marcado para às 21:00, com nomes como Nhone Lima, Constantino Cardoso, Edson Oliveira, Carmem Silva, Rui de Bitina e Gai Dias, entre outros.
Logo a seguir será a vez de Denis Graça, Dino d’Santiago, Ritchie Campbell e The 911 Band, cabe a Djodje encerrar o dia.
No domingo, 18, o palco abre mais cedo, às 18:00, com o grupo The Kings e Dudu Araújo, seguidos do projecto Zouk Hit com nomes como Harry Dibola, Francky Vincent, Phil Control e Jamice, entre outros
O quarto e último da edição que marca os 40 anos do Festival Internacional de Música da Baía das Gatas tem ainda no alinhamento nomes como Romain Virgo, C4 Pedro e, a fechar o palco, Elji Beatzkilla.