​Dino de Santiago e Djodje levam o publico ao rubro no terceiro dia do Baía das Gatas

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,18 ago 2024 15:09

Os cantores Dino de Santiago e Djodje fizeram o terceiro dia da 40ª edição do Baía das Gatas, com o luso-cabo-verdiano a “incendeiar”, mesmo com chuva, e o santiaguense a fazer “explodir” com o sol já alto.

Dino de Santiago subiu ao palco por volta das 02:40, por coincidência ou não, ao mesmo tempo que começava a cair uma chuva miudinha que construiu um “cenário ideal” para a visita ao seu repertório, iniciada com “Nova Lisboa”.

Fiel a si próprio e à sua linha da mistura de electrónico e ritmos da sua ancestralidade de Cabo Verde e África, só fez crescer a resposta do público no espectáculo que, como disse à imprensa, começou a preparar há cerca de ano porque, ao descer do palco da Baía em 2023, já tinha a confirmação da organização de que iria voltar em 2024.

Sem decepcionar a aposta, conseguiu levar o público ao rubro, não obstante os problemas de som e luz, que culminaram num momento de paragem total que o fizeram “estremecer”, por coincidir, como explicou aos jornalistas, com “um pesadelo” de há uns dias.

No sonho, contou, encontrava-se na Baía das Gatas a cantar para um pequeno número de pessoas que estavam à chuva e usando guarda-chuvas brancos.

Mas, asseverou, todo o temor passou na vida real quando ouviu a voz dos seus fãs, que não se foram embora e sim gritaram o seu nome e lhe deram alento para regressar à capela com o “Porton di Nôs ilha”, eternizado por Ildo Lobo, e que, no caso, foi acompanhado em uníssono pelos presentes no areal.

Por isso, o cantor, que até já partilhou palco com Madonna, acredita ter vivido a “forma mais pura” de amor de um ser humano, estes mesmos seres humanos que não arredaram pé mesmo com uma chuva mais intensa que o acompanhou até o fim da actuação.

Não é à toa que agora considera os sanvicentinos como um dos melhores públicos e São Vicente como a ilha que conquistou o seu coração e onde quer arranjar um “cantinho”.

Este mesmo São Vicente que viu nascer Dieg que é, para Dino de Santiago, um dos “talentos do futuro” e com quem decidiu partilhar o palco para interpretar “One Love”, em homenagem à Sara Tavares, falecida em finais de 2023.

O ritmo quente da madrugada teve continuidade com Richie Campbell que, com um “show” electrizante, de “reggae”, “dancehall” e “RnB”, mostrou o porquê de ser um dos artistas portugueses mais bem sucedidos.

Antecessores que, apesar de algum atraso, mantiveram a “chama acesa” para a chegada do “menino prodígio”, Djodje, pelas 07:05 da manhã, entoando, como não podia deixar de ser o “Manxeda”.

Numa “rapsódia” das suas diferentes composições, o cantor passou revista por “You”, “Juliana”, “A fila anda”, “Atrevido”, “Me dá uma chance”, “Bo ka speraba”, e várias outras, e ainda com tempo para revisitar músicas mais antigas como ”Nha pritinha” e “Un kre volta” que o deu a conhecer como integrante do grupo TC, com apenas 11 anos de idade.

Entre gritos, choros, cantos e fogos de artifício, saídos da estrutura do palco, chuva miudinha no final e "chuva" de confeites, Djodje manteve toda a gente acordada e fez “explodir” a Baía de uma forma que nem o cansaço de uma noite passada em branco superou.

Muito pelo contrário, o seu público, desde crianças até pessoas da terceira idade, acompanharam os refrões das músicas na ponta da língua até por volta das 8:30 da manhã, e receberam da mesma forma os seus convidados, o primo Ricky Boy, Arybeatz e Cesf.

Mas antes, no início, a noite seria aberta pelo colectivo de Lisbon Street, habituais das noites de sábado, na Rua de Lisboa, no Mindelo, com vozes de Derick Salomão, Riza Sanches, Duda Teixeira, Gai Dias, Carla Lima, Rui d’Bitina, Carmen Silva, Edson Oliveira e Calú Moreira que animaram o público timidamente com músicas tradicionais.

Foi incluído no grupo, Nhone Lima, que voltou ao certame após 40 anos revisitando os sucessos de outrora.

A enchente do terceiro dia ficou bem mais expressiva quando se ouviu a voz de Dénis Graça, “Mussim d´Soncente” (mocinho de São Vicente, em português) que chamou e reuniu o público à frente do palco com as músicas na ponta da língua.

“Já chega”, “Maria”, “Amor à primeira vista”, “Inseparáveis”, “Perfeição”, “Tudo pa bo”, “Conta ma mi”, “Es ta djobeu” fizeram parte do seu “show” de mais de uma hora, que terminou com uma das composições mais vibrantes “Ja bo kre mas”.

Em entrevista, Dénis Graça garantiu ser um homem feliz por ter sido um dos escolhidos para o cartaz dos 40 anos do “Baía das Gatas”, e por estar com o público da sua ilha natal que considera “único”, mesmo depois de já ter passado por vários palcos do mundo.

Logo mais, no final da tarde, inicia o quarto e último dia destes 40 anos do festival, que terá no cartaz nomes como o grupo The Kings e Dudu Araújo, seguidos do projecto Zouk Hit com Harry Dibola, Francky Vincent, Phil Control e Jamice, entre outros. Tem ainda no alinhamento nomes como Romain Virgo, C4 Pedro e, a fechar o palco, Elji Beatzkilla.

Deve ter ainda as presenças de Johnny Ramos e Marízia do Rosário, cujas actuações foram canceladas na noite de sexta-feira, 16, devido à chuva.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,18 ago 2024 15:09

Editado porFretson Rocha  em  20 nov 2024 23:25

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