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Entre essas exigências estão a criação de estaleiros funcionais e seguros, o desbloqueio faseado e previsível das subvenções municipais, a atribuição de uma sede própria à LIGOC-SV e a realização de um estudo de impacto económico e financeiro do Carnaval de São Vicente. O posicionamento foi comunicado hoje à imprensa por David Leite, vice-presidente do Conselho Deliberativo da LIGOC-SV.
“Para o ano de 2026 não haverá desfiles oficiais nem concurso das agremiações. Qualquer responsabilidade referente ao Carnaval de 2026, nomeadamente com os desfiles oficiais, recai sobre o Presidente da Câmara Municipal de São Vicente. Todos perdem com a não realização dos desfiles oficiais, mas esta é a única posição responsável face ao cenário atual. Esta é, pois, uma decisão de coragem e de amor à cultura, tomada com o coração pesado, mas com sentido de responsabilidade”, diz.
Para o responsável, a falta de compromissos institucionais, somada às dívidas acumuladas e à inexistência de recursos básicos para iniciar os preparativos, torna impossível à LIGOC-SV organizar os desfiles oficiais do Carnaval de 2026.
“As melhorias que ora solicitamos em toda a linha visam o bem da comunidade e acresce valor em toda a cadeia de economia criativa do Carnaval. Melhorias essas que deverão impactar de forma significativa os carnavalescos, os carpinteiros, as costureiras, os aderecistas, os serralheiros, pintores e todos os envolvidos no espetáculo do Carnaval. Igualmente, todo o tecido empresarial local e regional, quais sejam hotéis, residenciais, pousadas, pequeno comércio, restauração, transporte e, finalmente, o Estado, através do aumento exponencial da coleta dos impostos”, refere.
Quanto aos 50% do financiamento destinado aos grupos carnavalescos, que o Ministério da Cultura afirma já ter transferido, David Leite explica que é necessária uma clarificação antes de decidirem utilizar ou devolver o dinheiro.
“Foram depositados 750 mil escudos para os grupos, mas existe neste momento uma ambiguidade de informações que nós temos. Segundo o comunicado do Ministério da Cultura, trata-se de uma tranche para o Carnaval de 2026. Mas a informação que o Conselho Deliberativo da LIGOC tem, este valor é um valor que foi destinado para a resolução dos problemas dos grupos. É uma informação que nós temos que precisa ser cruzada e definida. Tratando-se para a resolução dos grupos, os valores serão utilizados. Não tratando para a resolução dos grupos, tratando-se de orçamento para 2026, terão que ser devolvidos à precedência”, explica.
A comunicação à imprensa contou com a presença de representantes dos grupos Monte Sossego, Vindos do Oriente, Estrela do Mar e Escola de Samba Tropical. O presidente da Liga, Marco Bento, não esteve presente, segundo David Leite, por razões de força maior. Os grupos Cruzeiros do Norte e Flores do Mindelo já manifestaram intenção de desfilar, mas o responsável da LIGOC-SV afirma que, se isso vier a acontecer, será uma atividade da exclusiva responsabilidade desses grupos.
