“Infelizmente o nosso irmão faleceu hoje de madrugada. Obviamente que é uma tristeza enorme que nos invade. Um homem que deixou o seu legado e que descansa em paz. Morreu aqui em São Vicente. Nos últimos dois, três dias estava hospitalizado, já com problemas mais complicados de saúde e acabou por falecer”, afirma.
Rodrigo Martins afirma que o irmão foi e continua a ser uma referência para o país e para o mundo.
“Eu não devia falar nisso porque sou um irmão, mas nós sabemos que Vasco foi uma referência, e continuará a ser uma referência a nível da cultura e não só, para Cabo Verde e para o mundo. Vasco é um homem que se dedicava de corpo e alma às coisas que ele gostava. A música era uma das suas paixões, mas também os passeios que ele fazia todas as semanas. Era um homem singular, sem dúvida”, recorda.
Vasco Jorge Coelho de Oliveira Martins nasceu em Queluz (Portugal), em 1956, mas aos nove anos mudou-se com a família paterna para a ilha de São Vicente, onde viria a forjar a sua trajectória artística e criativa.
Desde muito jovem, Vasco Martins demonstrou grande inclinação para a música. Começou pelo piano, depois aprendeu violão e guitarra, e rapidamente se entregou à composição. Autodidata no início, passou posteriormente a aperfeiçoar os seus conhecimentos em música, estudou análise e harmonia em Portugal, e depois frequentou o Conservatoire Municipal de Noisy‑le‑Sec, em França, sob a orientação do maestro e compositor Henri‑Claude Fantapié.
Vasco Martins distinguiu‑se no panorama da música cabo‑verdiana sobretudo como compositor de música erudita e sinfónica, mas sem abandonar as suas raízes. A sua obra alia influências clássicas, música eletrónica, o jazz, e elementos da música tradicional e popular cabo‑verdiana.
Vasco Martins não foi apenas músico, foi igualmente escritor, com livros de poesia e romances, e investigador na área da música tradicional de Cabo Verde.
homepage







