Março, mês da mulher (no Desporto) - I

PorLeonardo Cunha,11 mar 2022 8:17

Estamos a assinalar o mês da mulher a nível internacional. Nesta e nas próximas semanas realizarei um conjunto de reflexões sobre o papel do Desporto no incentivo de políticas de igualdade de género. Um dos objetivos da política de desenvolvimento é aproveitar o poder do desporto e exercê-lo da forma eficaz. Esta política também tem o objetivo de criar oportunidades de desenvolvimento pessoal para pessoas de todas as idades e reforçar a coesão social.

O uso do desporto para promover a igualdade de género contribui diretamente para a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), neste caso especificamente para o ODS 5 - Alcançar a igualdade de género e capacitar todas as mulheres e raparigas.

A igualdade entre homens e mulheres é uma das chaves para desbloquear o desenvolvimento de sociedades democráticas baseadas nos direitos humanos, na justiça social e na sustentabilidade. Isto também é consistente com os ODS que não só identificam a igualdade de género como um objetivo separado, mas também a vêm como uma componente fundamental de outros objetivos de desenvolvimento em áreas como a saúde (ODS 3) e a educação (ODS 4).

As raparigas e as mulheres em todas as áreas do desporto — sejam elas atletas, treinadoras, funcionárias ou gestoras de clubes desportivos, arbitras e até espectadoras — estão sub-representadas e muitas vezes desfavorecidas. Isto porque o desporto está historicamente e tradicionalmente associado à masculinidade e a vários outros fatores relacionados com a desigualdade de género.

Os direitos pelos que as raparigas e as mulheres lutam no desporto podem trazer mudanças na vida quotidiana e na sociedade. O desporto fornece uma plataforma para questionar os papéis tradicionais de género e para os alterar a longo prazo – especialmente quando o simbolismo dos espaços públicos pode ser aproveitado para esse fim.

O desporto oferece um espaço seguro onde questões como direitos reprodutivos e sexuais, saúde podem ser discutidas. A dinâmica do grupo também pode ser usada para abordar a questão do comportamento respeitoso em relação ao sexo oposto e praticar isso através de jogos e atividades desportivas.

Treinadores bem treinados podem agir como modelos e liderar pelo exemplo na temática de igualdade de género. Os desportistas e as próprias mulheres podem tornar-se agentes de mudança para a igualdade de género. No entanto, existem certos riscos e desafios que precisam de ser tratados de forma (cultural) sensível na utilização do desporto para promover a igualdade de género.

A participação de raparigas e mulheres no desporto depende frequentemente de fatores socioeconómicos e culturais. A falta de tempo e a persistência dos papéis tradicionais de género podem dificultar a participação de raparigas e mulheres na atividade física fora das suas casas.

Muitas mulheres e raparigas que participam no desporto ainda enfrentam estereótipos convencionais de género, o que dita, por exemplo, que as mulheres com corpos atléticos não são consideradas esteticamente atraentes. São frequentemente objeto de um preconceito significativo no desporto ainda dominado pelos homens. Existe ainda um conjunto de outros estereótipos a serem considerados e aprofundaremos no próximo artigo sobre este assunto.

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Autoria:Leonardo Cunha,11 mar 2022 8:17

Editado porAndre Amaral  em  26 nov 2022 23:27

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