O elevado custo dos factores produtivos, o acesso ao crédito, a protecção dos investidores são outras questões apontadas por Jorge Spencer Lima, em entrevista na tarde desta quarta-feira, à Rádio Morabeza.
“Voltamos a alertar para os elevados custos de factor: água, electricidade, transporte e comunicações em Cabo Verde. No que diz respeito ao acesso ao financiamento, o acordo já foi assinado com os bancos, há muita expectativa, mas ainda estamos a encontrar muita dificuldade, muito empecilho na implementação do acordo assinado. Temos a questão da protecção dos investidores minoritários que é a reforma do código das sociedades comerciais. No comércio internacional pensamos que há muito trabalho ainda a ser feito”, refere.
Ainda na questão do financiamento à economia, Jorge Spencer Lima lembra que é preciso implementar o Fundo Soberano de Garantia de Investimentos Privados, anunciado pelo Governo em 2017, assim como a Pró Capital e a Pró-Garante que ainda não estão a funcionar.
A questão da fiscalidade é outro ponto que a Câmara de Comércio quer ver melhorado no OE 2019.
Para a o orçamento do próximo ano, o responsável empresarial defende a continuação da implementação da agenda de reforço da política industrial. A unificação do mercado nacional, através dos transportes é um problema que Jorge Spencer Lima considera bicudo e que dever ser resolvido.
“Os problemas continuam e agravaram-se. Registamos enormes constrangimentos a nível da circulação de pessoas e bens no país. Neste momento há um retrocesso no que diz respeito aos transportes aéreos e marítimos. O Governo prometeu várias medidas que ainda não estão a surtir efeito. Nós temos que ser capazes de ultrapassar estes constrangimentos porque se não o fizemos a economia nunca mais vai acelerar, e algo vai correr mal no sistema”, alerta.
O Governo começou no dia 10 de Setembro, as audições no quadro da preparação do Orçamento de Estado para 2019.