José Luís Neves falava quinta-feira aos jornalistas, momentos antes de proferir a conferência inaugural da primeira edição das jornadas científicas, promovida pela Escola de Negócios e Governação (ENG), da Universidade de Cabo Verde, tendo com tema “Mercado do trabalho em Cabo Verde, situação actual e desafios”.
“Tratando-se o emprego de uma questão fundamental e sensível, nós pensamos que temos que dar esse passo. Criar uma entidade reguladora para regular e acabar com as suspeições com base em critérios como a transparência, o mérito e a igualdade de oportunidades para o mercado de trabalho em Cabo Verde”, sugeriu.
A entidade, conforme sugeriu, teria também o poder de participar do sistema avaliação de desemprego e progressões nas carreiras, como forma de garantir maior transparência nos processos.
Durante a sua apresentação, José Luís Neves falou sobre a situação actual do mercado de trabalho, que na sua perspectiva é caracterizada por um “desemprego relativamente elevado”.
Falou também dos desafios prioritários e das estratégias para a economia cabo-verdiana.
“Temos que desenvolver iniciativas empresariais, temos que ter a capacidade de inovar e produzir com qualidade, temos que ser cada vez mais competitivos na atracção de investimento directo externo de qualidade e temos também o desafio a nível da produção de dados e informações sobre o mercado de trabalho”, declarou. Neste sentido, propôs a reactivação do Observatório de Emprego em Cabo Verde, por forma a “suprir as carências existentes” a nível da análise de dados.
“Tenho dito que o INE está a fazer um trabalho extraordinário, mas há insuficiências, há carências. Há alguns indicadores que são exigidos, que são propostos pelo Bureau Internacional do Trabalho (BIT) e que ainda o INE não produz, sobretudo os que estão relacionados com a análise dos indicadores dos ODS”, precisou
“Estou a falar é indicadores do trabalho decente, mas também há carência em matéria de analise dos dados e das informações”, reforçou.