A concessão do serviço público, por 20 anos, entrou em vigor na quinta-feira, 15 de Agosto, feriado nacional, pelo que apenas hoje serão realizadas as primeiras ligações, no âmbito do novo modelo de transporte marítimo.
A informação resulta de dados compilados pela Lusa com base na programação das primeiras duas semanas de operação, divulgada pela nova empresa CV Interilhas e que inclui, inicialmente, o recurso a quatro navios já antes no mercado nacional.
De acordo com a programação, o navio “Inter Ilhas”, da Polaris, vai garantir hoje três ligações de ida e volta entre as ilhas de São Vicente e Santo Antão.
O navio “Liberdadi”, da Cabo Verde Fast Ferry, vai realizar hoje três viagens, assegurando ligações entre as ilhas de Santiago, Boa Vista, Sal e São Vicente.
Já o navio “Kriola”, também da CV Fast Ferry, vai garantir duas viagens, entre as ilhas de Santiago (Praia), Fogo e Brava, enquanto o “Praia D’Aguada”, do mesmo armador, assegurará outras duas ligações, envolvendo as ilhas de Santiago e do Maio.
A nova sociedade que gere a concessão do serviço público é liderada pela portuguesa Transinsular, que detém uma quota de 51%. Os restantes 49% são detidos por armadores cabo-verdianos, que também fornecem navios para garantir as ligações.
Em Fevereiro, após a cerimónia de assinatura do contrato de concessão, na cidade da Praia, o presidente do conselho de administração da portuguesa Transinsular afirmou que o transporte marítimo em Cabo Verde vai contar com cinco navios, prevendo a concessionária um investimento inicial de meio milhão de euros.
A oposição tem vindo a criticar esta solução, acusando que retira o serviço aos armadores nacionais, enquanto o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, considera que este modelo “vai mudar Cabo Verde”.
A nova concessão permitirá, na opinião do chefe do Governo, “disponibilizar ao país ligações marítimas interilhas em condições de regularidade, previsibilidade, qualidade e segurança”.
O novo modelo irá “permitir às pessoas, aos empresários, aos produtores programarem as suas viagens, as suas produções, porque sabem que quando tiverem de viajar e escoar os seus produtos sabem em que dia o podem fazer”, disse Ulisses Correia e Silva.