O desconfinamento está a ser a conta-gotas, e ainda faltam muitas semanas até ao verão, mas muitos começam já a traçar planos de férias. Os principais destinos nacionais são aqueles que estão a despertar mais interesse, mas não só.
"Além dos destinos tradicionais a nível nacional, como o Algarve, Porto Santo e Madeira e Açores, os nossos clientes já procuram destinos internacionais, que fazem parte das suas preferências, como as Caraíbas, ilhas espanholas e outros de proximidade, como Grécia, Turquia e Cabo Verde", diz ao DN Pedro Quintela, director de Vendas e Marketing da Agência Abreu.
"Do ponto de vista do turismo interno, temos a certeza de que Portugal vai manter-se no topo das preferências. Quanto a entradas, a tendência seguirá o caminho que os mercados emissores para Portugal permitirem na abertura dos corredores aéreos e conforme a evolução da pandemia", acrescentou.
A expectativa de Bruxelas é que, até ao verão, 70% da população do continente possa estar vacinada, conferindo imunidade de grupo. No ano passado, a actividade turística em Portugal foi suportada, sobretudo, pelos residentes. O Algarve foi um dos destinos escolhidos e espera voltar a contar com turistas a partir de maio.
"A expectativa é de que o Algarve possa beneficiar de uma procura turística progressiva a partir de meados do segundo trimestre e que o verão possa ser mais forte do que a época homóloga de 2020", salienta João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve. Alerta para que "tudo dependerá da capacidade de controlar a pandemia".
As cautelas são mencionadas por todas as regiões, sendo o sentimento geral de um optimismo moderado.
Uma das mudanças no turismo introduzidas pela covid foi a procura por experiências em espaços rurais ou que permitam um maior distanciamento. O Centro e o Alentejo também sentiram os efeitos da pandemia, mas em menor dimensão. Neste ano poderão voltar a ser escolhidos.
"Depois de meses tão difíceis, os portugueses estão ansiosos por recuperar o tempo que perderam fechados em casa. Querem voltar a sair e a viajar. Mas a cautela aconselha-nos a fazê-lo dentro do país", refere Pedro Machado, líder do Turismo do Centro.
"Acreditamos que, no caso do Centro de Portugal, será o mercado interno o grande impulsionador da recuperação turística. Um mercado interno que chamo de "alargado", uma vez que temos indicadores que deixam antever que, assim que for possível, haverá um fluxo muito importante de visitantes de Espanha."
Vítor Silva, presidente da Região de Turismo do Alentejo, não esconde que o próximo verão será "muito parecido com o de 2020, isto é, assente sobretudo no turismo interno".
"As perspectivas para o verão são bastante moderadas, embora esperemos começar a ter algum movimento. Retoma a sério talvez só a partir de 2022", remata Vítor Costa, presidente da Região de Turismo de Lisboa.