A sustentabilidade como arma de combate às alterações climáticas

PorAndre Amaral,16 set 2021 16:21

Cabo Verde, através da Bolsa de Valores, apresentou, na Conferência sobre Clima e Desenvolvimento, a plataforma Blue X.

A plataforma, segundo Miguel Monteiro, presidente da Bolsa de Valores, “ainda está em desenvolvimento”, mas quando estiver concluída irá permitir “o financiamento de projectos sustentáveis ligados à “economia azul, à economia verde ligados à economia social”, tornando-se assim numa alternativa, "porque projectos que tenham este pendor são altamente importantes e temos de ter alternativas”, explicou.

A Blue X, nome que a plataforma irá assumir, é segundo o presidente da Bolsa de Valores um exemplo único em África. “Não há uma plataforma deste tipo. Já houve investimentos no passado, as Seychelles foram o primeiro país a fazer uma emissão de bluebonds em 2018 e a Nigéria fez a primeira emissão de green bonds em 2017”, apontou Miguel Monteiro.

A plataforma que permitirá a emissão de obrigações, por parte das entidades envolvidas em combater as alterações climáticas, em troca de financiamento, foi financiada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), “mas estamos a trabalhar em estreita ligação com a Luxembourg Green Stock Exchange e temos, naturalmente, o governo a apoiar-nos, assim como outros parceiros que nós consideramos fundamentais e que certamente irão levar a bom porto este projecto”.

Na apresentação que fez da Blue X, Miguel Monteiro destacou que “o Banco Mundial adverte que se não adoptarmos medidas de carácter urgente, os impactos causados pela mudança climática poderão levar mais de 100 milhões de pessoas à pobreza até 2030”, e há a necessidade de se fazer “um investimento equivalente a 2% do PIB mundial para mitigar os efeitos das mudanças climáticas”.

“Em Cabo Verde, pequeno país insular, situado numa das regiões mais afectadas pelo aquecimento global e desertificação – Sahel – também já se verificam impactos negativos no ambiente, como bruma seca, secas prolongadas, falta de chuva, aridez e falta de água, que tendem a agravar-se, caso não se consigam mitigar os efeitos nefastos da mudança climática e usar os recursos de forma sustentável”, especificou Miguel Monteiro.

É por isto que o desafio de mitigar os efeitos das alterações climáticas deve passar, no entender do presidente da Bolsa de Valores, pela sustentabilidade. “Sustentabilidade! O termo que deve aqui reter a nossa atenção. É preciso realçar que toda a acção humana modifica o meio ambiente, sem excepção”.

Para Miguel Monteiro, o “financiamento de projectos, através de títulos sustentáveis, como títulos verdes, azuis, sociais, entre outros, com impacto, por exemplo, na mitigação das mudanças climáticas, é também uma forma de contribuir para reduzir os efeitos negativos da crise climática no continente e no mundo” e apontou um estudo elaborado pela consultora PricewaterhouseCoopers segundo o qual “77% dos investidores institucionais, pretende parar de investir em activos que não sejam sustentáveis. Ou seja, o investimento sustentável, vai deixar de ser a excepção, para passar a ser a regra”.

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Autoria:Andre Amaral,16 set 2021 16:21

Editado porSara Almeida  em  23 jun 2022 23:28

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