"Já estamos a trabalhar com a nossa equipa cabo-verdiana, mas também do BAD e vamos rapidamente apresentar um projeto para podermos aumentar a capacidade de produção alimentar em Cabo Verde”, disse o ministro das Finanças cabo-verdiano, Olavo Correia, em declarações à Lusa em Acra, à margem dos encontros anuais do banco africano.
O homólogo são-tomense, Engrácio Graça, disse que também São Tomé e Príncipe já está a trabalhar no sentido de aproveitar a iniciativa do BAD e o ministro guineense, João Fadiá, manifestou a intenção de fazer o mesmo.
"Temos neste momento projetos na área da agricultura, para produção do arroz, com o BAD que não chegam. Neste momento, as avaliações que temos é que não é suficiente, queremos ampliá-lo. Portanto, vamos tentar obter mais fundos sobre esse projeto para podemos ampliar a produção do arroz", afirmou Fadiá.
Anunciado na semana passada, o Plano Africano de Produção Alimentar de Emergência, promovido pelo BAD e pela Comissão da União Africana, no valor de 1,5 mil milhões de dólares irá beneficiar 20 milhões de agricultores com sementes e fertilizantes, bem como outros insumos agrícolas para produzir 38 milhões de toneladas de alimentos, no valor de 12 mil milhões de dólares.
Isto incluirá 11 milhões de toneladas de trigo, 18 milhões de toneladas de milho, seis milhões de toneladas de arroz e 2,5 milhões de toneladas de soja.
Em entrevista à Lusa durante os encontros, a vice-presidente do BAD para a agricultura e o desenvolvimento humano e social, Beth Dunford, disse que todos os países africanos são elegíveis para recorrer ao mecanismo, e o BAD está já a aceitar pedidos de Governos.
“O mecanismo acaba de ser lançado e estamos a trabalhar nele neste momento (…). Estamos a lançá-lo muito, muito rapidamente, usando métodos de desembolso muito rápidos para levar essa assistência aos governos que realmente precisam dele agora”, afirmou.
Num encontro com jornalistas durante os encontros anuais, o presidente do BAD, Akinwumi Adesina, mostrou-se confiante de que este mecanismo permitirá evitar uma crise alimentar e defendeu que África deve apostar numa agricultura moderna e tecnológica.
No mesmo sentido, o ministro das Finanças cabo-verdiano defendeu para Cabo Verde "uma agricultura empresarial, que aposte no rendimento e não uma economia de subsistência, que continue nas malhas da pobreza".