​CVI diz que actuais tarifas tornam insustentável investimento em navios novos

PorFretson Rocha, Rádio Morabeza,20 jul 2022 14:05

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O Presidente do Conselho de Administração da Cabo Verde Interilhas (CVI) considera que as tarifas praticadas actualmente não permitem a sustentabilidade da empresa. Jorge Maurício diz que é preciso sustentabilidade financeira para manter um serviço de qualidade, mas lembra que o aumento do preço dos bilhetes e da tonelagem cabe à reguladora.

Em conferência de imprensa proferida hoje, em São Vicente, o responsável da CVI diz que a Cabo Verde Interilhas está a trabalhar para dar uma resposta satisfatória ao mercado, mas refere que um navio novo, com as características necessárias, custa quase dois milhões de contos, um investimento que “não é compatível com as tarifas praticadas”.

“Estamos numa empresa onde a perspectiva de sustentabilidade financeira é extremamente importante, assim como a segurança das embarcações. Ter navios novos implica avultados investimentos. Habitualmente, ouvimos os cabo-verdianos a dizer que o navio é velho. Mas, e um navio novo, conseguimos pagá-lo com a tarifa que nós temos hoje? Uma tarifa que não foi actualizada desde 2012 para os passageiros e da carga que não é actualizada desde 2006? Isto não é sustentável. Não se pode ter meios financeiros sem uma contrapartida de um serviço através do pagamento dos bilhetes ou da tonelagem de carga”, afirma.

CVI garante normalidade no transporte em Agosto

As declarações de Jorge Maurício foram proferidas na conferência de imprensa convocada para dar esclarecimentos relativamente aos constrangimentos na actividade, decorrente da inoperacionalidade de três navios.

O PCA da CVI prevê que a situação de transporte marítimo de passageiros e carga volte à normalidade em Agosto, altura em que os navios Interilhas, que sofreu uma avaria no início do mês, o “Kriola”, que partiu um veio, e o Dona Tututa, que está em docagem obrigatória programada, devem estar operacionais no próximo mês.

Neste momento os navios "Liberdadi" e Praia d’Aguada estão a assegurar as viagens nas rotas São Vicente/São Nicolau/Sal, Boa Vista e Santiago, tendo sido feita uma reprogramação das viagens para que sejam retirados os passageiros retidos no Sal e na Boa Vista.

“A partir de hoje, 20 de Julho, o navio Liberdadi irá assegurar duas viagens extra por semana Sal/São Vicente no período nocturno, e o navio Praia d’Aguada também irá assegurar uma viagem extra para Santiago/Sal/Boa Vista /Sal, a fim de normalizar a situação. Prevê-se que a situação fique normalizada até que os passageiros com viagem em atraso sejam escoados, o que se prevê que aconteça até o final do mês de Julho”, assegura.

“Todos os passageiros, com viagem prevista para o mês de Agosto, viajarão normalmente”, garante.

De acordo com Jorge Maurício, quanto ao transporte de crianças, que tem causado restrições adicionais, a empresa já duplicou a capacidade de coletes salva-vidas nos navios Praia d’Aguada e Liberdadi.

Na procura de soluções, Jorge Maurício diz que a CVI cogitou a possibilidade de afretamento de um navio alternativo, tendo-se verificado a indisponibilidade de navios no mercado com as características pretendidas e necessárias à operação.

“Procuramos os navios em todo o lado. Nós temos cinco brokers internacionais à procura de navios em todo o mundo e até hoje não conseguimos. Temos identificado eventualmente um na Noruega, mas nos próximos dias vamos tomar uma decisão muito concreta sobre o assunto”, aponta.

A administração da Cabo Verde Interilhas afirma que a inoperacionalidade das referidas embarcações afectou a actividade da empresa em 42% relativamente a capacidade de transporte de passageiros e em 45% no transporte de carga. O navio “kriola” deve subir aos estaleiros navais da Cabnave em Setembro, para uma docagem programada.

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Autoria:Fretson Rocha, Rádio Morabeza,20 jul 2022 14:05

Editado porAndre Amaral  em  8 abr 2023 23:28

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