Electra com aumento de volume de negócios de 14,9% no final de 2022

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,1 jul 2023 8:29

​A Empresa de Eletricidade e Água, S.A (Electra) registou, no quarto trimestre de 2022, um volume de negócios de 3.535.865 de escudos (+14,9%), com um acréscimo de 458.382 de escudos em termos absolutos, apesar de manter sua avaliação em “very high risk”.

Segundo o relatório trimestral de desempenho do Sector Empresarial do Estado (SEE) de Cabo Verde, divulgado pelo Ministério das Finanças, a empresa registou uma dinâmica positiva do volume de negócios devido ao aumento das vendas de atacado de eletricidade (+16,7%) e de água (+26,2%).

No trimestre em análise, conforme o documento, a riqueza criada pela Empresa situou-se nos 439.847 mECV positivos, comparativamente aos 144.995 mECV positivos, registados no trimestre homólogo.

“Constatou-se um aumento de 356,5%, que em termos absolutos representa 343.495 mECV positivos, justificado, essencialmente, pela compensação das vendas nas associadas resultante do aumento da tarifa e da subvenção recebida do Estado”, indica ainda o relatório.

Ainda de acordo com o o relatório do SEE referente à Electra, a empresa apesar dos registos positivos continua “muito afectada” pela crise energética e pelos preços dos combustíveis, registando uma evolução média de 63,2%, face ao trimestre homólogo e -6,0% em relação ao trimestre anterior, não acompanhada pela actualização tarifária.

Em relação ao EBITDA (sigla em inglês para “lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização”), o relatório indica que no 4º trimestre de 2022 foi de 328.579 mECV positivos.

Comparativamente ao mesmo período do ano anterior (279.178 mECV positivos), a empresa registrou um aumento de 17,7%, o que em termos absolutos representa 49.401 mECV, justificado pelo efeito do aumento do Valor Acrescentado Bruto (VAB).

O EBIT (lucro antes dos juros e impostos) da empresa foi de 135.110 mECV positivos em 2022, registrando um incremento de 424,0%, face ao período homólogo, o que em termos absolutos representa 109.327 mECV, justificado pelo efeito conjugado do aumento do EBITDA e da redução da rubrica gastos de depreciação e amortização em 32,4%.

O relatório indica que o resultado líquido da Electra foi positivo em 5.603 mECV (+106,9%), justificado pela incorporação dos resultados das participadas Electra Norte (resultado líquido positivo em 219.638 mECV) e Electra Sul (resultado líquido negativo em 168.821 mECV) por via do MEP, sem reconhecimento das imparidades.

Relativamente ao balanço, o documento indica ter-se registado um aumento do activo em 5,0% comparativamente ao período anterior, sendo que o activo não corrente registou uma redução em 4,0%, justificado, basicamente, pelo efeito das depreciações e amortizações, uma vez que não se verificou investimentos relevantes neste período.

O ativo corrente da Electra, segundo o relatório 2022, aumentou em 21,0% com destaque na rubrica clientes entre as outras operações e o passivo não corrente registou um ligeiro aumento (+2,5%), relacionado com aumento das provisões para riscos, encargos e financiamento obtido da banca.

Em contrapartida, indica o relatório, o passivo corrente cresceu em 18,9%, comparativamente ao período homólogo, com ênfase nas rubricas fornecedores (61,0%), empréstimos de curto prazo (47,2%), Estado e outros entes públicos (19,2%).

“No que tange ao capital próprio, verificou-se uma diminuição de 15,4%, comparativamente ao período homólogo, justificado pelo reconhecimento dos prejuízos de 2021 nos resultados transitados e incorporação dos resultados negativos do exercício de 2022”, lê-se no documento publicado pelo Ministério das Finanças.

Os rácios de liquidez, conforme o relatório, não atingiram o valor mínimo exigido, encontrando-se abaixo da unidade, o que significa que a empresa teve dificuldades no cumprimento das suas obrigações de curto, médio e longo prazo.

O indicador de liquidez corrente, salienta, registou um aumento de 2%, face ao período homólogo, tendo a empresa a nível de risco no 4º trimestre de 2022 mantido a sua avaliação de” very high risk”, fazendo parte do leque de empresas que representam maior risco fiscal, com probabilidade de uma intervenção futura por parte do Estado.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,1 jul 2023 8:29

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  26 mar 2024 23:28

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