Para Augusto Neves, o mar abrange os sectores mais importantes para a economia cabo-verdiana, razão pela qual sublinha a necessidade de políticas e investimento privado para a melhoria da competitividade do sector marítimo.
“Perante o mar, o improviso não é solução. Necessitamos, a ilha necessita, de planeamento e investimento de longo prazo no sentido de edificar e de sustentar os diversos vectores essenciais a uma nação marítima (…). É bem nítida a deficiente exploração económica que fazemos deste valioso recurso que é o mar, pelo menos quando nos comparamos com outros países costeiros”, refere.
Para o edil Mindelense, as novas vias de desenvolvimento económico do país devem estar ancoradas no desenvolvimento sustentável do sector marítimo.
“Cabe-nos a nós abrir rumos que permitam a exploração cabal do mesmo com políticas públicas destinadas a fomentar o investimento privado nos sectores marítimos e a torná-los competitivos, com novos investimentos no cluster marítimo, com a incorporação de mais investigação, tecnologia e inovação, com a criação dos factores de organização”, assegura.
A X edição da Feira das Actividades Económicas Ligadas ao Mar (Expomar) arrancou na tarde desta quinta-feira, no Mindelo, com a apresentação de 45 expositores nacionais e de Espanha, instalados em 50 stands.
Esta edição da Expomar, de acordo com Angélica Fortes, Administradora-delegada da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC), marca a sua consolidação na agenda dos eventos empresariais em Cabo Verde.
“O impacto e os ganhos conseguidos com as 9 edições anteriores da Expomar legitimam a sua consagração e inclusão permanente na agenda dos eventos empresariais anuais que se realizam em Cabo Verde. Conferências internacionais, contactos de negócios, workshops direccionadas para a elevação da performance do sector”, afirma.
À semelhança de edições anteriores, a feira integra três componentes, sendo eles exposição/mostra de produtos, serviços e tecnologias com aplicação ao mar, encontros de negócios e uma conferência Internacional, esta sexta-feira, que deverá reunir quadros especializados para debater “a importância estratégica do mar cabo-verdiano”.
O presidente da Câmara de Comércio de Barlavento, instituição parceira da FIC na realização do evento, alerta para a falta de consistência e aplicação prática dos projectos e programas para o sector do mar.
“Ciclicamente o sector do mar, bem como as suas diversificadas componentes económicas, é enaltecido pelos diferentes actores mas sem consistência e aplicação prática, ficando com uma agenda de segundo plano no domínio da execução de projectos, programas e acções concretas. Pretendemos desenvolver um conceito de economia do mar, de um modo genérico, nos tempos de hoje, a política de práticas integradas, numa estratégia de cadeia de empresas especializadas, tendo em vista o aproveitamento das potencialidades do mar, em ordem ao desenvolvimento sustentado”, assegura.
Segundo Jorge Maurício, em 2024 deverá estar concluído o master plan, "onde se espera uma estreita parceria entre actores, para transformar o país numa plataforma de referência no Atlântico médio".