Eugénio Inocêncio fez estas afirmações à Inforpress, quando fazia o ponto de situação sobre o número de turistas que escolheram a ilha para celebrar as festas de Natal e de Fim de ano, tendo realçado que este ano o cenário relativamente ao número de visitantes não é muito animador.
“Para este ano o cenário não é animador. Já há alguma recuperação, mas ainda não é nada significativo. Nós continuamos a ter muitas unidades hoteleiras, enfim, em situação difícil, em situação mesmo difícil e é preciso agir”, admitiu.
Defendeu, neste sentido, a necessidade de uma nova visão para o destino turístico Ilha de Santiago, que lembrou, tem um grande potencial turístico a todos os níveis, incluindo a nível sal e mar, cultura, história, gastronomia entre outros.
“O que é um número muito baixo para o potencial da Ilha de Santiago e para as instalações que já existem. A ilha de Santiago não é a ilha que tem mais quartos e camas. A ilha que tem mais quartos e camas é a Ilha do Sal, mas é a ilha que tem mais unidades hoteleiras, essencialmente pequenas e médias”, apontou, adiantando que a taxa de ocupação em Santiago continua muito baixa.
Conforme explicou, a nova visão consiste na aposta diversificada, que realmente coloque a ilha no centro para um arranque sério do turismo nos diferentes concelhos de Santiago.
“Nós temos baías espetaculares em toda a ilha, a começar aqui mesmo na Cidade da Praia, na Cidade Velha, (…) São algumas baías virgens, espetaculares e muitas delas, nomeadamente as praias aqui da Cidade da Praia, precisam de areia. Precisam de reconstrução com areia. E é preciso definir uma estratégia, fazer o planeamento e arrancar a sério e apostar na ilha de Santiago, não como uma ilha residual dos 85 mil turistas, mas de algumas centenas de milhares de turistas por ano”, defendeu.
Para o presidente da AST, as potencialidades da ilha não têm sido bem aproveitadas, salientando que a melhoria no sector contribui no combate à pobreza extrema, emprego para os jovens, criação de oportunidades de rendimento e de riqueza.
Ainda de acordo com Eugénio Inocêncio o turismo tem um efeito indutor é muito significativo para o desenvolvimento de Cabo Verde, reforçando que falta a implementação de novas políticas e mudança de paradigmas para que o turismo alcance outros patamares.
“Temos de definir em que campeonato é que nós queremos jogar. Queremos jogar num campeonato de dezenas de milhares de turistas por ano, ou queremos jogar num campeonato de centenas de milhares de turistas por ano?”, questionou.