“Temos hoje o maior número de passageiros entrados alguma vez em Cabo Verde num ano”, sublinhou Paulo Rocha, na sua intervenção no arranque do debate parlamentar no país, na primeira sessão ordinária de Janeiro, em que é o interpelado.
Segundo o governante, o número total de passageiros que deram entrada nos quatro aeroportos internacionais do país no ano passado é superior em 8% quando comparado com 2019, ano pré-pandemia da covid-19.
Na mesma intervenção, avançou ainda que o número de cidadãos nacionais e naturais de Cabo Verde que entraram no país no ano passado situou-se em 134.485, mais 8% do que em 2022.
“Temos hoje mais cabo-verdianos, mais naturais e descendentes a virem para Cabo Verde. Somos um país mais acolhedor, com fronteiras reguladas e, acima de tudo, com fronteiras seguras. Somos um país em que os estrangeiros e a nossa diáspora confiam”, enfatizou.
Ainda a nível da segurança interna, o ministro sublinhou a estabilização do número de ocorrências policiais no ano passado, com redução no quarto trimestre, especialmente na cidade da Praia, de quase 7%.
Entre várias outras medidas e metas traçadas pelo Governo, Paulo Rocha destacou a aposta numa política de segurança urbana, atuando sobre as causas e os fatores de risco, promover o desarmamento e a desestruturação de grupos de delinquentes, pela via da dissuasão, prevenção e reação policial, e diminuir a desordem na via política e riscos de agressão.
O porta-voz da bancada do grupo parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD), Euclides Silva, frisou também o que país tem feito “muito”, quer ao nível da organização do sector da segurança interna, quer ao nível social.
E mencionou as medidas de requalificação dos espaços públicos e dos bairros, reforço da iluminação pública, reforço e alargamento do ensino obrigatório e sua gratuitidade, políticas de inclusão social, reforço de parcerias com a sociedade civil, igrejas e associações, melhoria das condições para o trabalho policial.
Por sua vez, a representante do Partido Africano da Independência de Cabo Verde, Carla Lima, criticou o Governo pelo não-cumprimento de promessas feitas na área de segurança desde 2016 e disse que o sentimento de insegurança “cresce todos os dias” no arquipélago.
“Os cabo-verdianos não estão seguros em lado nenhum, a não ser trincafiados em suas casas”, disse a deputada, dando vários exemplos, e pedindo, por isso, dados sobre programas e projectos e impactos sobre políticas sociais adotadas pelo Governo.
Já a porta-voz da União Cabo-verdiana Independente e Democrática, Zilda Oliveira, frisou que, apesar de uma redução de cerca de 6% do número de processos-crimes no ano passado, o país ainda está “aquém do necessário para a desejada paz social” e pediu mais meios para as forças de segurança.