​Empresários esperam companhia interilhas com estratégia de futuro para fomentar negócios

PorFretson Rocha, Rádio Morabeza,9 set 2024 14:19

Estabilidade, estratégia consistente clara na continuidade dos transportes aéreos domésticos, mobilidade crescente de pessoas e bens e promoção de negócios. É o que esperam os empresários com a nova companhia aérea estatal dedicada aos voos interilhas, Linhas Aéreas de Cabo Verde, cuja criação foi anunciada na sexta-feira pelo Governo.

Declarações feitas hoje à Rádio Morabeza por Jorge Maurício, presidente do Conselho Superior das Câmaras de Comércio e de Turismo.

“Para nós, independentemente da estratégia comercial, é uma aposta forte e estratégica na continuidade dos transportes em Cabo Verde. Ter uma mobilidade cada vez mais crescente de pessoas e bens, e daí promover a atividade do próprio transporte, mas que fomente o negócio, o turismo interno e que complemente a parte turística externa. Facilitar todos os operadores da área do turismo e das agências de viagens, facilitar todo o transporte intermodal – haver uma estratégia clara de intermodalidade entre os transportes aéreos, marítimos e terrestres”, afirma.

O executivo explica que a decisão da criação da companhia aérea estatal para voos interilhas foi motivada pela “instabilidade de operação da única companhia aérea que vinha prestando serviço no mercado doméstico” e devido “aos custos operacionais elevados, que tornam o sector pouco atrativo para a iniciativa privada”.

Jorge Maurício, que também é presidente da Câmara de Comércio de Barlavento, diz que as instituições que dirige receberam com satisfação a notícia da criação da empresa. O líder empresarial acredita que haja uma análise estratégica bem elaborada, adequada às necessidades actuais.

“A conjuntura exige que um país arquipelágico, com um mercado exíguo, com cerca de 500 mil habitantes, muito fragmentado, exige da parte dos poderes públicos um posicionamento que seja estável, efectiva e apadrinhado pelos recursos públicos. Neste sentido, ser uma empresa nova, ser uma empresa internacional, ser uma empresa local ou de âmbito global, não faz muita diferença”, entende.

O Conselho Superior das Câmaras de Comércio e de Turismo espera que haja viabilidade e uma perspectiva consistente de futuro da companhia, pelo que promete dar todo o suporte necessário.

“Há matérias que são importantíssimas em Cabo Verde e uma delas é claramente a coesão territorial. Não há coesão territorial sem mobilidade, não há mobilidade sem transporte. Daí todo o nosso apoio para aquilo que for necessário para ajudar a nova companhia a concretizar os seus planos”, refere.

O responsável lembra que com um sistema de transporte bem montado e a funcionar haverá mais empresas ligadas ao transporte, turismo e lazer melhor organizadas, com planos de negócios e com mais investimentos.

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Autoria:Fretson Rocha, Rádio Morabeza,9 set 2024 14:19

Editado porAndre Amaral  em  5 out 2024 19:20

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