Segundo o INE, cerca de 73,8% dos agregados familiares no país têm acesso à água canalizada.
No entanto, há uma disparidade entre os meios urbanos e rurais, com 75,1% das famílias urbanas e apenas 58,1% das famílias rurais utilizando a rede pública de distribuição de água como principal fonte de abastecimento.
Além disso, 13,3% dos agregados familiares rurais recorrem a outras fontes como poços, nascentes e levadas, em comparação com apenas 1% nas áreas urbanas.
A falta de acesso à rede pública de abastecimento de água força muitas famílias a buscar alternativas que exigem deslocamentos e tempo consideráveis. Segundo o INE, em média, os cabo-verdianos gastam 19,5 minutos para ir buscar água, sendo que esse tempo é maior nas áreas rurais (21,2 minutos) em comparação com as urbanas (18,9 minutos).
A tarefa de buscar água recai principalmente sobre adultos, maioritariamente mulheres acima de 25 anos.
O INE aponta que cerca de 27% dos agregados familiares utilizam água engarrafada para beber, com uma diferença significativa entre o meio urbano (32,5%) e o rural (7,8%). Para aqueles que não utilizam água engarrafada, 29,9% têm o hábito de tratar a água, sendo a lixívia o método mais comum (90,4%).
Quanto ao saneamento, os dados dão conta que aproximadamente 88,4% dos agregados familiares possuem sanitas ou retretes nos seus alojamentos, mas há uma disparidade entre as áreas urbanas (91,1%) e rurais (78,7%).
Relativamente ao sistema de evacuação de águas residuais, 54,5% das famílias utilizam fossas sépticas e 32,2% estão conectadas à rede pública de esgoto. Contudo, 41,7% das famílias descartam essas águas ao redor das suas habitações, especialmente nas áreas rurais (73,6%).