Maria de Brito Monteiro, falava em conferência de imprensa, realizada na cidade dos Espargos, justificando que estes já não transmitem confiança, “como também já não dão quaisquer garantias aos trabalhadores”, que “são, juntamente com os empregadores, os financiadores do sistema de Segurança Social em Cabo Verde”.
“Tendo ficado provado, quer pelo BCV, quer agora pelo Governo, através do recente comunicado que este emitiu, que houve de facto falta de transparência e conflito de interesses, tendo o referido processo sido anulado, há que retirar consequências”, exigiu a sindicalista.
Para a mesma, o Governo não pode reconhecer que houve falta de transparência no processo, “desautorizando a Comissão Executiva do Instituto Nacional de Previdência social (INPS)”, ao ter anulado o concurso que a mesma lançou e exigindo adopção de medidas seguras para novos concursos, e ao mesmo tempo, deixar que o referido órgão se mantenha em funções.
Maria de Brito continuou acusando que “os próprios representantes dos trabalhadores, com assento no Conselho Directivo do INPS, são, também eles, “cúmplices e co-responsáveis pelo ocorrido”, salvo se, publicamente, se "demarcarem e provarem que votaram contra o processo intransparente de leilões".
A vice-coordenadora da Plataforma Sindical exige ainda que seja cumprido, de imediato, aquilo que está plasmado no artigo 42º dos Estatutos do INPS, isto é, “a regulamentação, com a urgência que este assunto requer, do órgão autónomo que deverá gerir os Fundos de Investimento desse Instituto”
“É entendimento da Plataforma Sindical que, com a criação e regulamentação de um organismo autónomo e independente para gerir os investimentos do INPS, não só se evitarão situações desagradáveis, como a que agora aconteceu, como também haverá mais confiança no nosso Sistema Nacional de Segurança Social”, justificou.
Lembrou que a Plataforma Sindical – Unir e Resgatar a UNTC-CS foi uma das primeiras organizações que se pronunciou sobre o processo de leilões de depósitos, promovido pelo INPS, em Janeiro do corrente ano.
Entretanto sublinhou que se declararam a favor da rentabilização, por parte do INPS, dos valores depositados à ordem nos bancos comerciais, bem como do processo de leilões, “desde que feito com total lisura e transparência”, concluiu.