África precisa de "reformas ousadas" para aumentar comércio interno

PorExpresso das Ilhas, Lusa,31 mar 2025 8:14

O comércio entre os países africanos só aumentará significativamente se os governos apostarem em "reformas ousadas" na indústria, produtividade e PME, conclui a Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) num relatório sobre o tema.

"São necessárias políticas industriais direccionadas, investimentos na capacidade produtiva e apoio às Pequenas e Médias Empresas (PME), o que vai ajudar África a desenvolver cadeias de valor robustas em sectores cruciais como o agro-processamento, sector automóvel, farmacêutico e nas energias renováveis", lê-se no Relatório Económico sobre África (REA), divulgado na sequência da conferência dos ministros das Finanças africanos, que decorreu na capital da Etiópia, Adis Abeba.

Entre as recomendações do relatório, dedicado às medidas necessárias para o aproveitamento do acordo de comércio livre continental em África (AfCFTA, na sigla em inglês), defende-se a aceleração da simplificação dos procedimentos nas alfândegas e a adopção de tecnologias digitais.

Isto demonstra, diz a UNECA, a necessidade de mais investimentos na infraestruturas digital, como redes de banda larga, centros de dados e pontos de distribuição de internet.

Os decisores políticos, aponta-se ainda no relatório, devem fazer avançar o livre movimento de pessoas, bens e capital, e investir no desenvolvimento urbano sustentável para gerir os desafios da rápida urbanização de muitas cidades africanas, dois aspectos considerados como "um imperativo estratégico para os governos".

O acordo de livre comércio em África entrou em vigor no princípio de 2021, abrange um mercado com mais de 1.300 milhões de consumidores, e tem o potencial de aumentar o crescimento do comércio em, pelo menos, 53% e potencialmente duplicar o comércio intra-africano, retirando 30 milhões de africanos da pobreza extrema e aumentando os rendimentos de quase 68 milhões de outros.

As exportações intra-africanas representam cerca de 16% do comércio externo dos países africanos, em comparação com 55% na Ásia, 49% na América do Norte e 63% na União Europeia.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,31 mar 2025 8:14

Editado porAndre Amaral  em  1 abr 2025 23:28

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