“Das 70 milhões de moedas já colocadas em circulação, tem-se notado uma falta, porque as pessoas estão a usar moedas para outros fins. Eu digo isso claramente, porque as pessoas sabem disso. Esperemos que a Polícia Judiciária faça o seu trabalho e chegue eventualmente a um fim nesse processo, porque não poderíamos estar a produzir moedas com custos para depois serem desviadas por outros fins”, declarou.
O governador explicou que, apesar desta situação, o Banco de Cabo Verde tem mantido o seu esforço para garantir a disponibilidade de moedas no mercado. Cerca de 1,4 milhões de moedas, nas denominações de 1, 5 e 10 escudos, já foram injetadas nos bancos, enquanto outras, de 20 escudos, deverão ser disponibilizadas até finais de Outubro, e cerca de 5 milhões de unidades em Novembro.
Óscar Santos sublinhou que a utilização indevida das moedas é um problema que, embora visível, está a ser monitorizado pelo banco central.
“Muitas pessoas guardam moedas de um escudo em casa, achando que não vale a pena utilizá-las. Vamos, através da comunicação, incentivar as pessoas a usar moedas para pagamento”, afirmou.
Ainda em declarações aos jornalistas, Óscar Santos defendeu a importância da autonomia do banco central na defesa do regime cambial e da estabilidade de preços.
“Quando o diferencial das taxas de juro é desfavorável a Cabo Verde, há saídas de reservas, e a única alternativa é aumentar as taxas para travar a saída de capitais. O banco central deve decidir de forma tranquila, sem qualquer interferência”, afirmou.
O XII Encontro de Governadores dos Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa, acolhido pela cidade da Praia, reúne representantes de diversos países lusófonos para debater a evolução dos mandatos dos bancos centrais, conciliação das políticas monetárias e prudenciais, inovação tecnológica no sector financeiro e impactos das alterações climáticas sobre a sustentabilidade económica.