​FMI destaca resiliência da África subsaariana “num contexto externo difícil”

PorNuno Andrade Ferreira,16 out 2025 14:17

A África Subsariana deverá crescer 4,1% em 2025, em linha com o crescimento de 2024 (4,1%) e ligeiramente abaixo da estimativa para o próximo ano (4,4%), avança o Fundo Monetário Internacional (FMI) nas Perspectivas Económicas Regionais de Outubro, divulgadas hoje, em Washington.

Num período em que o crescimento mundial “enfrenta dificuldades”, a resiliência é apoiada pela estabilização macroeconómica e por reformas em várias economias importantes na região. Elementos que fazem a diferença, como explica ao Expresso das Ilhas o economista António David, sub-director de divisão do Departamento de África.

“Um dos factores essenciais são os esforços dos formuladores de política e das autoridades dos países da região em implementar medidas e políticas que assegurem a estabilização macroeconómica, assim como reformas que estimulem o crescimento, principalmente reformas que estimulem o desenvolvimento do crescimento do sector privado (...). Um outro factor importante que devemos ressaltar é que, no que se refere às tensões comerciais, de facto, o nível das tensões, na prática, revelou-se bem menos intenso do que se esperava em Abril”, nota.

Os encargos com o serviço da dívida aumentaram e o crescente recurso a financiamento interno caro está a dar origem a novos riscos. Mais de dois quintos dos países da região deparam-se com múltiplas vulnerabilidades orçamentais, monetárias e externas.

“As vulnerabilidades orçamentárias, as fiscais, são as mais salientes hoje em dia. É verdade que o nível de dívida, de uma maneira geral, na região, estabilizou (...), mas ao mesmo tempo os custos dessa dívida são muito elevados. E são mais elevados em África, na região da África subsaariana, que em outros lugares do mundo, outros países emergentes”, realça.

O FMI volta a defender uma maior aposta na mobilização de receitas internas. Para isso, “é necessário resolver o problema das capacidades técnicas limitadas e os desafios de governação”, lê-se no relatório.

A organização sediada na capital norte-americana considera que face a uma redução progressiva da dotação orçamental para a ajuda ao desenvolvimento, o financiamento em condições concessionais e os donativos devem ser concedidos, prioritariamente, aos países mais pobres e mais frágeis e devem assegurar a protecção dos serviços essenciais.

A entrevista completa a António David pode ser lida na próxima edição impressa do Expresso das Ilhas

Crédito fotografia: Depositphotos

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Autoria:Nuno Andrade Ferreira,16 out 2025 14:17

Editado porFretson Rocha  em  16 out 2025 23:22

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