Segundo o BCV, esta redução do dinamismo económico resulta sobretudo do “enfraquecimento da procura externa turística, da diminuição do rendimento real das famílias e da baixa confiança dos consumidores”, factores que limitaram o consumo privado e o investimento. O contexto internacional também contribuiu para este desempenho, marcado por crescimento fraco na Área do Euro e Reino Unido, e por um abrandamento da actividade económica nos Estados Unidos.
Apesar do crescimento mais lento, o Banco Central mantém a previsão de expansão da economia nacional em 5,5% para o conjunto de 2025, valor já apresentado nas projecções de Abril. Para 2026, a estimativa foi revista em baixa para 4,8%, enquanto para 2027 prevê-se um crescimento de 5%.
O BCV alerta que o ritmo de expansão previsto para os próximos anos será inferior ao registado em 2024, quando a economia cresceu 7,2%. Em 2025, o principal factor para a desaceleração será o menor contributo da procura interna, enquanto em 2026 e 2027 a redução deverá resultar da menor contribuição da procura externa líquida, em consequência do aumento das importações e do abrandamento das exportações de serviços, nomeadamente do turismo.
No plano dos preços, a inflação média anual atingiu 2,1% em Agosto, impulsionada pela subida dos preços de importação, sobretudo devido ao aumento dos custos de frete e dos produtos alimentares nos mercados internacionais. Para o final do ano, a inflação deverá fixar-se em 2,4%, antes de abrandar para 1,7% em 2026 e 1% em 2027.
As contas externas evoluíram positivamente no primeiro semestre, com a balança corrente a registar um excedente equivalente a 2,7% do PIB. O reforço das exportações de serviços — ainda que a um ritmo mais moderado —, o aumento das remessas e a diminuição das importações contribuíram para esta melhoria. As reservas internacionais também aumentaram, passando a cobrir 7,3 meses de importações em Junho, contra 6,5 meses no final de 2024.
A política monetária continuará estável. O BCV considera adequados os actuais níveis das taxas de juro de referência e afirma que continuará a monitorizar atentamente a evolução da inflação e das condições externas, intervindo sempre que necessário para assegurar a estabilidade de preços e a credibilidade do regime cambial.
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