Destaques da edição 889

PorExpresso das Ilhas,12 dez 2018 1:25

Nesta edição, os direitos humanos e a comemoração dos 70 anos da sua Declaração Universal estão em destaque no Expresso das Ilhas

Um pouco por todo o mundo celebrou-se, esta semana, o 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Cabo Verde não foi excepção, numa cerimónia onde se reconheceram ganhos mas também desafios.

Já que falamos de Direitos Humanos, nunca é demais recordar os acontecimentos de Junho de 1977 em São Vicente. A UCID acusa o governo de abandonar as vítimas das torturas e vai apresentar, esta semana, no parlamento uma proposta para que o Estado as indemnize. O Governo, no entanto, rejeitou qualquer possibilidade de incluir verba no Orçamento do Estado para 2019.

Ainda dentro do mesmo tema, a entrevista com Leão de Pina. Cabo Verde, devido à sua estabilidade política e coesão sociocultural, de uma forma genérica, não teve um historial de experiências colectivas tão traumatizantes como em vários países do continente africano após as independências, mas conheceu no período de partido único limitações graves no que concerne às liberdades básicas, à justiça, à participação política, às torturas e tratamentos desumanos, por parte das autoridades. Esta é a posição defendida por Leão de Pina a propósito do 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos e da instituição do Dia Nacional dos Direitos Humanos. “Contudo, mesmo no contexto democrático violações dos Direitos Humanos têm acontecido, embora tendencialmente com menor gravidade”, aponta o cientista político.

E porque falamos de direitos humanos, os castigos físicos estão banidos do sistema educativo, há já vários anos, por não se reconhecer nessa prática quaisquer efeitos benéficos. Oficialmente é assim. Na prática, e na contramão das recomendações emanadas pelo Ministério da Educação (ME), o costume ainda mantem-se bem vivo nas escolas públicas do país. À Inspecção Geral da Educação são raras as denúncias que chegam. Porém, o Expresso das Ilhas apurou dezenas de casos em várias escolas.

Em destaque nesta edição está também a reportagem sobre São Nicolau, mais especificamente a localidade de Preguiça. Já foi um ponto central da globalização. Hoje é mais um canto de Cabo Verde perdido no tempo. A aldeia da Preguiça, cujo porto já viu flutuar bandeiras de piratas e serviu de abrigo para a frota de Pedro Álvares Cabral, é actualmente um conjunto de casas decrépitas, que se estendem à beira de uma estrada esburacada, que desagua num mar cinzento, que hoje só recebe o pouco movimento dos botes dos pescadores tradicionais. Entretanto, está já em curso um projecto que poderá recentrar a importância da Preguiça.

Na política o destaque vai para a conferência que o governo realizou em paris. O Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, anunciou esta terça-feira no final da Conferência Internacional de Doadores e Investimentos, realizada na capital francesa, que o governo conseguiu financiamento para o PEDS e que Cabo Verde vai conseguir atrair investimentos em sectores que considera “importantes para o futuro próximo do país”.

Destaque também para os transportes aéreos e para as reivindicações de São Vicente para que a ilha tenha ligações aéreas directas a Lisboa. Empresários, autarquia e oposição querem reabertura da rota. Governo, por sua vez, desresponsabiliza-se.

Na cultura, quando estão completos quase sete anos sobre a morte de Cesária Évora, o Expresso das Ilhas recorda o dia em que a Diva dos Pés Descalços nos deixou.

O choro compulsivo do artista plástico e músico Tchalé Figueira, à porta da casa de Cesária Évora, mal a urna ali chegou, às 10:45 de terça-feira, 20 de Dezembro de 2011, é o espelho da dor e a angústia em que São Vicente, Cabo Verde e o mundo mergulharam com a morte do mito Cesária Évora.

Tchalé era, afinal, apenas mais um que não segurou as lágrimas entre os milhares que acorreram, por esses dias, qual peregrinação, à casa da cantora.

“Esta morte toca-me muito porque, afinal, estou a assistir à partida de um bom ser humano que, para além da sua arte, foi portadora de uma grande generosidade, virou famosa mundialmente mas nunca deixou de ser aquela Cesária humilde. Fica a obra”, lançou Tchalé Figueira entre lágrimas e soluços.

A poucos dias de mais um aniversário da morte de Cize, recordamos os dias e horas daquele mês de Dezembro. Já passaram sete anos.

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Autoria:Expresso das Ilhas,12 dez 2018 1:25

Editado porAndre Amaral  em  13 dez 2018 7:19

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