Muito mito, pouco rigor. Nestes 100 anos do nascimento de Amílcar Cabral, podemos resumir assim as palavras do politólogo, professor universitário e um dos poucos cabo-verdianos que escreveu sobre o antigo líder do PAIGC [Amílcar Cabral – Um Outro Olhar]. Por outro lado, defende, trazer para a contemporaneidade as ideias de Cabral não faz qualquer sentido.
Também em destaque está entrevista com o ministro da Educação, Amadeu Cruz.
O último ano lectivo foi marcado por protestos dos professores e várias negociações. A tensão entre sindicatos e o ministério da Educação, o maior empregador do país, continua, e o veto do Presidente da República ao Plano de Carreiras, Funções e Remunerações (PCFR) tornou-se um tema central deste início de 2024/2025. Em entrevista ao Expresso das Ilhas, o Ministro da Educação contesta a fundamentação apresentada para o veto, defendendo não haver violação da Lei de Bases da Educação e apontando a incoerência jurídica e política da decisão. Amadeu Cruz passa também em revista alguma das principais reivindicações dos professores, com a actualização salarial e as reclassificações, entretanto já atendidas, e critica a postura intransigente dos sindicatos. “Se não fizermos esforços de convergência, nunca chegaremos a nenhum entendimento”, lamenta. A conversa foi também momento de balanço dos resultados escolares do ano lectivo anterior e ponto de situação para a reforma educativa em curso que este ano chega à recta final: o 12.º ano.
Ainda com os olhos postos em mais um ano lectivo, damos destaque às perspectivas dos sindicatos de professores para este ano.
O veto do Presidente da República, José Maria Neves, ao Plano de Carreiras, Funções e Remunerações (PCFR) do pessoal docente, aprovado pelo Governo, foi recebido com satisfação pelos principais sindicatos de professores em Cabo Verde. Considerando a decisão um passo importante para a defesa dos direitos da classe, os sindicatos manifestaram preocupação com o rumo das negociações e alertaram para a possibilidade de uma greve iminente, caso o Governo não apresente uma proposta que atenda às suas reivindicações.
A chuva continua a ser um bem escasso em Cabo Verde e o Expresso das Ilhas foi procurar razões para a ausência de precipitação no país numa altura em que a época chuvosa vai a meio e as previsões feitas inicialmente acabaram por não se concretizar. País registou uma precipitação média de 47 milímetros de chuva quando o normal para esta época do ano seriam 244. Porto Novo, São Vicente, Maio, Praia, São Salvador do Mundo, São Lourenço dos Órgãos e Santa Catarina do Fogo são os municípios onde choveu menos.
Damos também destaque à criação das Linhas Aéreas de Cabo Verde. O Estado lança uma nova companhia aérea para voos inter-ilhas, com um capital inicial inteiramente público de 750 milhões de escudos.
A ler igualmente os artigos de opinião ‘Educação em Cabo Verde - quando um Presidente se sente sindicalista, e os sindicalistas não se sentem professores’ de Paulo Veiga; ‘Setembro e os seus inícios’ de Lígia Dias Fonseca; ‘Clubes de futebol como agentes culturais na cidade da Praia na época colonial’ de Emanuel Charles D’Oliveira e ‘Sobre o centenário do nascimento de Amílcar Cabral’ de Bruno Spencer.