Ao Expresso das Ilhas, António Adão, um dos promotores do evento, explicou que o ‘Sal a Gosto’ é “um festival gastronómico de promoção da gastronomia. Não apenas da ilha do Sal, mas gastronomia nacional em que vamos, através de apresentações, warmups e eventos parecidos com este nas várias ilhas, promover um festival que sabemos ser diferenciador e que vai permitir que os privados se engajem muito mais porque vão poder ver os seus investimentos e patrocínios rendibilizados com ativações por mais de um ano”.
Numa altura de pandemia, com a economia parada, este é um risco calculado. Ligado à área da publicidade e do marketing, António Adão destaca que investir neste evento vai ajudar não só a recuperar a economia, mas também a trazer novos mercados e novas clientelas ao turismo nacional.
A aposta, explica, é apostar em nichos que não são os do “normal sol e praia que se tem nas ilhas do Sal e Boa Vista”.
“Temos uma gastronomia extremamente rica e temos receitas fantásticas. Esta é, inclusivamente, uma oportunidade para promover e recuperar o receituário gastronómico de Cabo Verde e para promover novos nichos turísticos. Enquanto privados o que sabemos é que vamos trazer competência a concretização do programa do executivo e, portanto, é por isso que estamos todos aqui e merecemos a credibilidade quer da Câmara Municipal do Sal para 5 anos quer do primeiro-ministro" com quem os organizadores irão assinar “um protocolo de interesse nacional”.
Com um orçamento fora do comum para os eventos que normalmente se realizam em Cabo Verde – o ‘Sal a Gosto’ tem um orçamento de cerca de 220 mil contos – os promotores não querem que seja o Estado a avançar com dinheiro do erário público. “O que nós pretendemos não é dinheiro apenas do erário público. Obviamente que o executivo nos patrocina com alguma coisa mas o que queremos é explicar aos privados que este é o melhor cesto para colocação dos seus ovos”. Isto porque, como apontou, com a antecedência de um ano os privados que se associarem a este evento vão ter a possibilidade de, durante o ano que antecede o evento, activarem as suas marcas e recuperarem o investimento inicial feito e ainda obterem rendimentos.
Para o ministro do Turismo "estamos aqui perante um projeto que permite enaltecer aquilo que de bom” que Cabo Verde tem.
Este evento, que vai decorrer no Sal entre 13 de Agosto e 8 de Setembro do próximo ano, “cruza com aquilo que é a visão do governo a nível do turismo e que assenta na possibilidade de valorizar os recursos nacionais. Recursos humanos, recursos patrimoniais, os recursos históricos que nós temos e também culturais e a gastronomia e faz parte da nossa cultura”, apontou Carlos Santos.
“Um destino pequeno como Cabo Verde para querer afirmar-se lá fora e poder ter competitividade terá que apostar naquilo que ele tem e que é só dele. Eu tenho estado a frisar isto, que este é o caminho, o caminho da diferenciação e não o caminho da a da competitividade a nível dos preços” que poderá atrair mais turistas a Cabo Verde e diversificar a oferta do mercado nacional. "Se nós pudermos fazer isto estaremos a dar um grande passo”, assegurou o ministro.