"Estou tranquilo, mas indignado, como todo o inocente fica quando é injustiçado", escreveu Luiz Inácio Lula da Silva, numa carta enviada aos advogados e tornada pública na segunda-feira.
A presidente e cofundadora do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, leu a mensagem numa vigília nas imediações da Polícia Federal, em Curitiba, capital do estado do Paraná.
"Estou muito agradecido pela vossa presença e resistência neste ato de solidariedade. Tenho certeza que não está longe o dia em que a Justiça valerá a pena", escreveu Lula da Silva aos apoiantes.
O antigo Presidente denunciou "um processo para impedi-lo de se candidatar às próximas eleições presidenciais" e voltou a negar qualquer responsabilidade nos crimes de que foi acusado.
Mesmo preso, o ex-líder do PT continua à frente das intenções de voto para as eleições presidenciais de Outubro, segundo uma sondagem do Datafolha divulgada na segunda-feira.
Na carta divulgada, Lula voltou a desafiar o juiz Sergio Moro e as autoridades a "provarem o crime" que afirmam ter cometido.
O ex-Presidente brasileiro começou a cumprir pena em Curitiba em conformidade com uma ordem judicial pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável por julgar os casos de corrupção relacionados com a Operação Lava Jato, que investiga crimes de corrupção em empresas brasileiras, nomeadamente a petrolífera Petrobras.
O 35.º Presidente do Brasil (2003-2011), de 72 anos, é o primeiro ex-chefe de Estado condenado por um crime comum.