A convenção do PT realizada este sábado, em Brasília, é a primeira, em 38 anos, em que o ex-presidente do Brasil não participa pessoalmente. Por isso, enviou uma carta onde sublinha que a sua candidatura presidencial conduz "a uma luta sem tréguas pela democracia".
"Este encontro nacional do PT talvez seja um dos mais importantes em toda a história do nosso partido. É enorme a responsabilidade que temos pela frente. A decisão de hoje [sábado] vai nos conduzir a uma luta sem tréguas pela democracia, pelo povo brasileiro e pelo Brasil. E a vitória dependerá do empenho de cada um de nós", escreveu Lula, citado pelo Diário de Notícias.
"Há dois anos deram um golpe parlamentar para destituir a Presidente Dilma Rousseff, rasgando a Constituição. Agora querem fazer uma eleição presidencial de cartas marcadas, excluindo o nome que está à frente na preferência popular em todas as pesquisas", disse.
"Já derrubaram uma Presidente eleita; agora querem vetar o direito do povo escolher livremente o próximo Presidente. Querem inventar uma democracia sem povo", acrescentou.
Lula da Silva, detido desde Abril por corrupção, foi designado candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) às eleições presidenciais.
A formalização da candidatura para um terceiro mandato é uma forma de "lidar com um sistema podre", disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ao anunciar a nomeação de Lula da Silva, perante uma assistência de cerca de 2 mil pessoas.
Aos 72 anos, o líder icónico da esquerda brasileira, que governou o país entre 2003 e 201,0 está a cumprir uma sentença de 12 anos de prisão em Curitiba, no Estado do Paraná, por corrupção e branqueamento de capitais no âmbito de um processo relacionado com a operação Lava Jato.
Como o registo da candidatura deverá ser negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por ter sido condenado em duas instâncias da Justiça brasileira, o ex-Presidente deve ser substituído por outro nome do partido. Fernando Haddad ex-presidente da câmara de São Paulo é o mais cotado até agora.