Moon Jae-in discursa perante norte-coreanos e pede fim a 70 anos de hostilidade

PorExpresso das Ilhas, Lusa,20 set 2018 8:00

​O Presidente da Coreia do Sul discursou na quarta-feira para uma multidão norte-coreana, propondo à Coreia do Norte que ambos os países acabem com sete décadas de hostilidade e construam um futuro de paz e prosperidade.

Moon Jae-in, o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e as respectivas mulheres marcaram presença num espectáculo coreográfico que este ano recebeu o título de “O País Glorioso”, num estádio em Pyongyang, na noite de quarta-feira, onde milhares de artistas actuaram perante cerca de 150 mil espectadores. 

“Nós vivemos juntos por cinco mil anos e vivemos em separação por 70 anos. Proponho agora que eliminemos completamente a hostilidade dos últimos 70 anos e dêmos um grande passo em direcção à paz”. 

Os historiadores dizem que o cronograma de cinco mil anos da História coreana é uma reivindicação infundada que se tornou parte da narrativa oficial da Coreia do Sul depois de ser inserida nos livros escolares durante o Governo do antigo ditador Chun Doo-hwan. 

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, assinaram na quarta-feira uma declaração conjunta, que poderá ser importante para o futuro diálogo sobre a desnuclearização da península, entre Pyongyang e Washington. 

Durante a cimeira que cumpre hoje o seu terceiro e último dia, os ministros da Defesa das duas coreias, que tecnicamente continuam em guerra, assinaram ainda um histórico acordo militar, que reduz a possibilidade de se produzirem choques fronteiriços entre os respectivos exércitos. 

De acordo com o documento, os dois países vão suspender – a partir do dia 01 de Novembro – as respectivas manobras junto à fronteira terrestre e eliminar 11 postos militares de fronteira até ao final do ano. 

As duas Coreias vão estabelecer também uma zona de restrição aérea junto à linha de divisão e determinar uma zona junto à fronteira marítima em que vão ser proibidas manobras navais. 

O mesmo documento refere que o acordo assinado prevê o alívio da tensão militar entre os dois países. 

Na declaração conjunta assinada por Moon e Kim, Pyongyang compromete-se a tomar medidas para o encerramento da central norte-coreana de Yongbyon, considerada como o “epicentro” do programa nuclear, tal como ficou decidido na Cimeira de Singapura, mas colocou condições aos Estados Unidos, exigindo “medidas proporcionais aos EUA. 

A declaração conjunta prevê também aumentar as trocas transfronteiriças no sentido do desenvolvimento económico comum e, em concreto, o empreendimento de ligações ferroviárias e rodoviárias antes do final do ano. 

Por último, foi decidido promover reuniões de famílias separadas pela guerra (1950-1953), através de ligações vídeo e a abertura de um gabinete na cidade fronteiriça norte-coreana para que os civis dos dois países possam localizar familiares. 

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,20 set 2018 8:00

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  11 jun 2019 23:22

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