“Temos conhecimento que existem, ao nível nacional, mais de 2.000 votos considerados nulos e brancos e quase todos eles são votos úteis a favor do ADI”, disse hoje o porta-voz e deputado do partido, Abenildo Oliveira, em conferência de imprensa.
A ADI, liderada pelo primeiro-ministro cessante, Patrice Trovoada, considera que houve, “no apuramento da assembleia de voto, fraude eleitoral preparado pelos partidos da oposição”, acrescentou.
Abenildo Oliveira anunciou que a ADI pediu ao Tribunal Constitucional “a verificação de todos os votos nulos e brancos nos seis distritos de São Tomé e Príncipe”.
“Apelamos à presença dos observadores internacionais, para que o processo seja transparente”, disse.
Questionado sobre como têm a informação relativa a este número de votos brancos e nulos, o porta-voz da ADI respondeu: “Temos representantes em todas as mesas de voto, nos apuramentos, temos os editais todos, e no nosso somatório, é um número bastante elevado de votos nulos e brancos”.
“Se esses votos, como quase todos dos votos úteis – alguns são a favor de outros partidos também -, mas a maioria sendo a favor do ADI, claro que converteria na obtenção de mais mandatos para o partido ADI”, comentou.
Segundo os resultados provisórios divulgados na segunda-feira pela Comissão Eleitoral Nacional (CEN), a ADI venceu as eleições legislativas, alcançando 25 lugares na Assembleia Nacional (55 deputados), com 32.805 votos.
O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata (MLSTP-PSD) teve 31.634 votos (23 deputados), enquanto a coligação PCD-MDFM-UDD recebeu 7.451 votos, conquistando cinco mandatos. Já o Movimento de Cidadãos Independentes de São Tomé e Príncipe conseguiu eleger dois deputados, com 1.659 votos.
De acordo com os dados da CEN, registaram-se 2.351 votos nulos e 885 votos brancos, além de 125 reclamações.
Com este resultado, a ADI ganhou com maioria relativa e está a procurar um entendimento com os deputados independentes, o que garantiria 27 mandatos parlamentares, um a menos que os lugares reunidos pelo MLSTP e a coligação, que reclamaram vitória com maioria absoluta nestas eleições.
Caso o Tribunal Constitucional altere os resultados eleitorais, a ADI pode eleger mais um deputado, o que seria suficiente para reconquistar a maioria absoluta alcançada em 2014.