Aécio Neves foi acusado pelos executivos da JBS, Joesley Batista e Ricardo Saud, de ter recebido pelo menos 110 milhões de reais (24,8 milhões de euros) em subornos, quantia que teria sido usada por ele para comprar apoio político durante a campanha para as eleições presidenciais de 2014.
Entre os endereços visados hoje pela polícia estão a casa da mãe do senador, a casa de um primo, Frederico Pacheco, além de uma empresa de comunicação administrada por Pacheco em parceria com a jornalista Andrea Neves, irmã de Aécio Neves.
As buscas fazem parte da segunda fase da "Operação de Ross" que investiga os subornos supostamente recebidos por Aécio Neves entre 2014 e 2017.
Segundo informações divulgadas pelo Ministério Público Federal (MPF) brasileiro, o pedido de buscas foi apresentado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, com base em representação da Polícia Federal que encontrou novos indícios de práticas criminosas.
"Na petição, Raquel Dodge defendeu a necessidade das buscas afirmando que há riscos de eliminação de elementos de informação e que a medida é imprescindível para o aprofundamento da investigação, bem como para a correta delimitação da amplitude das pessoas investigadas. Outro objectivo das cautelares é descortinar os envolvidos nos ilícitos perpetrados", diz um comunicado do MPF.
O senador foi o candidato presidencial do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) nas eleições de 2014, quando acabou derrotado na segunda volta por uma pequena diferença de votos favoráveis à sua adversária Dilma Rousseff.
Nos últimos anos, Aécio Neves tem sido citado em vários escândalos de corrupção e chegou a ser suspenso das actividades no Senado (câmara alta do Congresso brasileiro) no ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).