A emissão do mandado de detenção de Michel Temer pelo juiz Marcelo Breitas foi avançada pela imprensa brasileira e confirmada por um porta-voz do Ministério Público do Rio de Janeiro, citado pelas agências internacionais.
Michel Temer, o segundo ex-Presidente brasileiro a ser detido no espaço de um ano, está a ser investigado em vários casos de corrupção em ligação com aquela que é a maior operação de combate à corrupção na história do Brasil e que revelou um escândalo de grandes proporções de desvio de fundos da empresa petrolífera estatal Petrobras.
De acordo com a imprensa brasileira, em causa estão denúncias do empresário e dono da Engevix, José Antunes Sobrinho, que disse à Polícia Federal ter pagado um milhão de reais em subornos a pedido do coronel João Baptista Lima Filho (amigo de Temer), do ex-ministro Moreira Franco e com o conhecimento do então Presidente Michel Temer.
Breitas é um juiz do Rio de Janeiro que supervisiona parte da ampla investigação de corrupção envolvendo subornos a políticos e funcionários públicos.
Desde o seu lançamento, em Março de 2014, a chamada investigação "Lava Jato" levou à prisão de empresários e políticos, incluindo o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Marcelo Breitas decretou igualmente a detenção do ex-ministro Moreira Franco, importante colaborador de Michel Temer e correligionário de partido.
Durante o mandato como Presidente, o Ministério Público pediu por duas vezes ao Supremo Tribunal a abertura de processos por corrupção contra Temer, mas o Congresso brasileiro negou sempre autorizar os procedimentos necessários.
Todas as acusações ficaram, por isso, pendentes do fim da imunidade de Michel Temer, o que aconteceu quando deixou a Presidência da República do Brasil em finais de 2018, após dois anos e meio de mandato.
Michel Temer, que vive em São Paulo, deverá ser transferido para o Rio de Janeiro, segundo a televisão Globonews.