Poroshenko, que concorre a um segundo mandato presidencial de cinco anos nas eleições de 31 de Março, acusou a Rússia de planear intrometer-se nas eleições ucranianas, as quais descreveu como uma "batalha geral pela Ucrânia".
As pesquisas de opinião apresentam Poroshenko atrás do comediante Volodymyr Zelensky e da ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko.
Poroshenko procurou reforçar o seu apoio popular ao encabeçar a criação de uma nova Igreja Ortodoxa Ucraniana, independente do Patriarcado de Moscovo.
A Comissão eleitoral ucraniana anunciou, na sexta-feira, ter registado um total de 44 candidatos para as presidenciais de 31 de Março, um recorde para este escrutínio que se anuncia imprevisível.
Os desafios destas eleições são muito consideráveis para a Ucrânia, confrontada há cinco anos com a anexação pela Rússia da península da Crimeia, seguida de uma guerra com os separatistas pró-russos que provocou perto de 13.000 mortos e continua presente no leste do país, para além de uma profunda crise económica.
De acordo com as previsões, a campanha deveria ser dominada por dois “veteranos” da política interna, o Presidente cessante Petro Poroshenko e a ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko.
No entanto, este cenário está a ser perturbado pela inesperada ascensão de Volodymyr Zelensky, um ator de 41 anos e com presença habitual nas emissões humorísticas e empresário de espectáculos, creditado com mais de 20% das intenções de voto, à frente dos seus adversários.
Apesar de estar incluído entre os três favoritos, Poroshenko, que subiu ao poder em 2014 na sequência da “revolta de Maidan”, tem sido criticado pela lentidão no combate à corrupção e apenas está creditado com 15% a 16% das intenções de voto, segundo as últimas sondagens de Fevereiro, muito perto de Timoshenko (16% a 19%).
Yulia Timoshenko, primeira-ministra entre 2007 e 2010 e com um pendor populista, deverá enfrentar no escrutínio um homónimo, o militar e deputado Iuri Timoshenko.
Entre os restantes candidatos, incluem-se designadamente numerosos deputados, antigos vice-primeiro-ministros, empresários e o presidente da câmara municipal de Lviv, Andriï Sadovyi.