Eurodeputados impedidos de entrar na Venezuela

PorExpresso das Ilhas, Lusa,18 fev 2019 7:45

Aeroporto de Caracas
Aeroporto de Caracas (Flickr)

Uma delegação do Parlamento Europeu (PE), que tinha sido convidada pela Assembleia Nacional venezuelana (AN) a visitar a Venezuela, foi no domingo impedida de entrar no país e obrigada a apanhar um voo de regresso a Madrid.

A expulsão dos eurodeputados foi denunciada pelo deputado opositor Francisco Sucre, através da sua conta oficial no Twitter, onde afirma que a delegação já tinha chegado ao Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía (norte de Caracas), o principal do país.

“Queremos alertar a opinião pública nacional e internacional que o regime usurpador de Nicolás Maduro acaba de proibir a entrada na Venezuela de uma delegação de eurodeputados que vieram a convite da Assembleia Nacional da Venezuela e do seu presidente Juan Guaidó”, escreveu. 

Numa outra mensagem, o deputado afirma que esta é uma “nova amostra de que Nicolás Maduro é um tirano que pretende isolar a Venezuela do concerto das nações livres e que gera sofrimento no seu povo, que padece de uma emergência humanitária complexa”. 

“Denunciamos este novo atropelo contra a liberdade e a democracia. Proíbem a entrada aos eurodeputados e retêm os seus passaportes sem razão ou explicação alguma, o que é um abuso de força de um regime que recorre à força para aferrar-se ao poder”, sublinhou. 

Francisco Sucre publicou ainda um vídeo, em que explica que os deputados mostraram às autoridades uma carta com o convite feito pela presidência da Comissão de Política Exterior do Parlamento, mas que obtiveram como resposta “isso não vale nada”. 

Entretanto, também através do Twitter, o porta-voz do Partido Popular espanhol, Esteban González Pons, um dos deputados expulsos da Venezuela, explicou que “a única explicação” para o sucedido é que Maduro “não os quer” no país. 

“Estamos a ser expulsos da Venezuela: os nossos passaportes foram confiscados, não nos foi comunicado o motivo da expulsão, nem temos um documento que justifique a nossa expulsão do país”, disse. 

“Somos a primeira delegação internacional a visitar o Presidente interino Juan Guaidó. A questão não é que não possamos entrar, mas que o Presidente interino não possa ver nenhuma autoridade estrangeira na Venezuela”, lamentou. 

A delegação estava composta pelos eurodeputados Esteban González Pons, José Ignácio Salafranca Sánchéz-Neyra e Juan Salafranca. Dela fazia parte também o eurodeputado português Paulo Rangel, que perdeu o voo de ligação entre Madrid e Caracas. 

Guaidó crítica expulsão de eurodeputados pelo "regime isolado e irracional"

O auto-proclamado Presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, criticou a expulsão de cinco eurodeputados do país, no domingo, atribuindo a decisão a um "regime isolado e cada vez irracional".

“Exerçamos toda a pressão necessária para pôr fim a esta usurpação. Vamos continuar!”, escreveu Guaidó na sua conta oficial da rede social Twitter, depois de uma delegação do Parlamento Europeu ter sido impedida de entrar no país. 

Numa publicação divulgada no Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Nicolás Maduro, Jorge Arreaza, disse que a delegação do Parlamento Europeu já tinha sido notificada “há vários dias” de que “não seria admitida” no país. 

“Por via de canais oficias diplomáticos, as autoridades do Governo Bolivariano da Venezuela, notificaram, há vários dias, o grupo de eurodeputados que pretendia visitar o país com fins conspirativos, que não seria admitido”, escreveu Jorge Arreaza.

O regime de Nicolás Maduro, apoiado pela Rússia, China, Turquia, Irão e Cuba, controla as fronteiras do país.

Juan Guaidó, líder da Assembleia Nacional que se autoproclamou presidente interino no dia 23 de janeiro, é reconhecido por cerca de 50 países, entre eles os Estados Unidos, sem ter as alavancas do poder executivo.

A Colômbia, que reconheceu Guaidó nesse mesmo dia, não tardou a responder à expulsão dos deputados.

“O Governo da Colômbia repudia que a ditadura tenha impedido a entrada na Venezuela de membros da delegação do Parlamento Europeu. Muito em breve, o país irmão voltará a ter democracia e liberdade”, escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros, Carlos Holmes Trujillo, também no Twitter.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,18 fev 2019 7:45

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  8 nov 2019 23:21

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