Num comunicado publicado no portal da organização sobre a cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da África Austral é indicado que, além das mortes, o ciclone deixou um rasto de destruição nos três Estados membros, com as inundações a destruírem quase 500 mil hectares de culturas.
Segundo os mais recentes dados das agências das Nações Unidas, a passagem do ciclone Idai em Moçambique, Malauí e Zimbabué fez pelo menos 786 mortos e afectou 2,9 milhões de pessoas nos três países.
Moçambique foi o país mais afectado, com 468 mortos e 1.522 feridos já contabilizados pelas autoridades moçambicanas, que dão ainda conta de mais de 127 mil pessoas a viverem em 154 centros de acolhimento, sobretudo na região da Beira, a mais atingida.
As autoridades moçambicanas adiantaram que o ciclone afectou cerca de 800 mil pessoas no país, mas as Nações Unidas estimam que 1,8 milhões precisam de assistência humanitária urgente.
Entre os danos materiais, as autoridades moçambicanas registam mais de 90 mil habitações atingidas, das quais 50.619 ficaram totalmente destruídas, 24.556 parcialmente destruídas e 15.784 inundadas. Foram ainda danificadas ou destruídas 3.202 salas de aulas, afectando 90.756 alunos, bem como 52 unidades de saúde.
Hoje, no comunicado, a SADC refere que o presidente em exercício da organização, o chefe de Estado da Namíbia, Hage Geingob, apelou aos países membros que ajudem Moçambique, Malauí e Zimbabué a recuperar dos efeitos do ciclone e também ao apoio da comunidade internacional.
Em relação à comunidade internacional, Geingob apelou sobretudo para que tome medidas "relevantes" para reverter os efeitos das alterações climáticas, nomeadamente nos países em desenvolvimento.
A SADC expressou ainda "gratidão a todos os países, entre eles Portugal, Angola e Cabo Verde, e organizações que têm estado a prestar assistência humanitária aos países afectados.
Na cimeira, que decorreu em Pretória, na África do Sul, participaram vários chefes de Estado e de Governo da região, entre eles o vice-Presidente de Angola, Bornito de Sousa, bem como representantes de executivos do resto do continente africano, América Latina, Europa e Ásia e organizações da sociedade civil.
Segundo o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades de Moçambique, o Idai atingiu a Beira a 14 deste mês com chuva forte e rajadas de vento de 180 a 220 quilómetros por hora.
No Zimbabué, as vítimas mortais registadas são 259, há 186 feridos contabilizados e 4.500 deslocados, num total de 270 mil pessoas atingidas pelos efeitos do Idai.
No Maláui, o balanço mantém-se inalterado, nos 59 mortos, além de 672 feridos, 86 mil deslocados, e 868.900 pessoas afectadas.