Director da OIM recorda que planeta está confrontado com o desafio de evitar a degradação ambiental

PorExpresso das Ilhas, ONU News,20 ago 2019 8:35

António Vitorino, OIM
António Vitorino, OIM

Em Moçambique, António Vitorino pede que não sejam esquecidas as áreas afectadas pelos ciclones. Director vê Encontro de Cúpula sobre Mudanças Climáticas como oportunidade para abordar impactos do clima nas migrações e na mobilidade.

O director-geral da Organização Internacional para Migrações, OIM, está desde esta segunda-feira em Moçambique a acompanhar as acções da agência no país na sequência da passagem de dois ciclones em 2019.

Para António Vitorino é essencial reconhecer a eficiência da resposta nacional após o ciclone Idai, que afectou a região central em meados de Março, e o ciclone Kenneth que seis semanas depois assolou o norte de Moçambique.

Falando a jornalistas, o chefe da OIM elogiou a resposta internacional aos desastres, mas destacou que é essencial “não esquecer a Beira e Cabo Delgado”, as áreas mais afectadas pelas tempestades tropicais.

Ao ser questionado como Moçambique poderia servir de exemplo para mobilizar os participantes no Encontro de Cúpula do Secretário-Geral da ONU para a Acção Climática, o representante disse que esse caso deve sensibilizar os países sobre a emergência climática.

“A cimeira vai ter um papel muito importante ao chamar a atenção para um fenómeno global que afecta todo o mundo de igual forma, mas não de igual modo. Todo o mundo está confrontado com o desafio colectivo de evitar a degradação das condições ambientais e que as alterações climáticas produzam resultados muito negativos para as vidas das pessoas e para as economias dos países. Mas é também uma oportunidade na Assembleia Geral das Nações Unidas e na Cimeira do Clima, convocada pelo secretário-geral da ONU para pôr o foco específico nos impactos que as alterações climáticas têm nas migrações e na mobilidade das pessoas.”

Para a reunião internacional, que será realizada na sede da ONU, a 23 de Dezembro, o secretário-geral já apelou a todos os líderes a participar com acções ambiciosas, baseadas em planos concretos.

Para o caso de Moçambique, Vitorino disse que após a passagem dos dois desastres este ano é preciso garantir o apoio humanitário e a resposta às necessidades dos afectados.

“Seja nos países onde as alterações climáticas significam uma subida das águas do mar, seja nos países onde estas signifiquem seca persistente e esgotamento dos modos de produção agrícola tradicionais, seja nos países onde as alterações climáticas se traduzem em cheias ou em terramotos, tremores de terra, que afectam a vida das pessoas.”

Em Moçambique, o chefe da OIM deve visitar populações em áreas afectadas pelos impactos dos ciclones tropicais.

Vitorino teve um encontro com o presidente de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi. A reunião abordou temas como políticas migratórias, acolhimento de moçambicanos no exterior, a situação de Moçambique como rota de trânsito e formas de lidar com fluxos migratórios.

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Autoria:Expresso das Ilhas, ONU News,20 ago 2019 8:35

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  13 mai 2020 23:21

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