População mundial deverá atingir 9,7 mil milhões em 30 anos

PorExpresso das Ilhas, ONU News,2 abr 2019 9:00

​Começou esta segunda-feira na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, a 52ª Sessão da Comissão sobre População e Desenvolvimento. Durante o encontro, que termina na sexta-feira, serão avaliados os progressos no Programa de Acção adoptado na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, que aconteceu no Cairo, há 25 anos.

Um dos objectivos da Sessão é perceber de que forma “o tamanho, estrutura e distribuição da população mundial tem implicações profundas no esforço global para promover o desenvolvimento sustentável.” 

A ONU calcula que a população mundial, estimada em 7,7 mil milhões em 2019, aumente para 9,7 mil milhões em 2050. Na década de 2060, prevê-se que a fertilidade atinja 2,1 nascimentos por mulher, a taxa necessária para que as populações se estabilizem a longo prazo. 

A vice-secretária-geral da ONU fez o discurso de abertura do encontro, em representação do secretário-geral, António Guterres. Amina Mohammed disse que, desde 1994, “menos pessoas estão a viver em extrema pobreza, o risco de morte materna diminuiu em mais de 40% e a educação primária expandiu os horizontes de milhões de pessoas". Apesar desses avanços, Amina Mohammed afirmou que “existem lacunas na implementação e muitos desafios permanecem”. A representante disse ainda que os “esforços em alguns Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) não estão a acompanhar o crescimento populacional”.

Em indicadores relacionados à pobreza e casamento infantil, por exemplo, a percentagem de pessoas que sofre com estes problemas está a diminuir, mas o número total está a aumentar.  

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O progresso também acontece de forma desigual. Em todo o mundo, cada vez mais mulheres têm acesso a métodos contraceptivos modernos, mas em 44 países menos da metade das mulheres que procuram esses serviços obtêm resposta. Outro exemplo: esperança de vida aumentou em todas as regiões do mundo, mas a actual lacuna entre as regiões mais e menos desenvolvidas é de 15 anos.

Ao afirmar que “é hora de o mundo mostrar maior ambição e urgência em torno da implementação dos ODS”, Amina Mohammed indicou algumas áreas prioritárias. A vice-secretária-geral acredita que se deve “colocar a igualdade de género no centro de toda e qualquer intervenção”. Esse trabalho inclui o envolvimento de mulheres e meninas como agentes de mudança e esforços para cumprir direitos reprodutivos. 

Em segundo lugar, são necessários mais esforços para oferecer acesso universal a uma educação de qualidade, em particular para as jovens. Por cada ano adicional de escolaridade que uma menina completa, diminuem as hipóteses de gravidez precoce. Diminuem também as taxas de mortalidade materna, o número de filhos e aumenta o rendimento disponível para combater a pobreza.

Segundo a responsável da ONU, também é necessária “uma revolução nos padrões de qualidade, para preparar os jovens para a economia do século 21”, incluindo educação continua e acesso à tecnologia. 

Por fim, a vice-secretária-geral disse que o mundo está “numa corrida contra o tempo para fazer os ajustes necessários para evitar grandes mudanças no clima".

“Os mais pobres estão a enfrentar os impactos mais severos da mudança climática, embora tenham contribuído menos para a sua causa.”

Neste primeiro dia da 52ª Sessão da Comissão sobre População e Desenvolvimento, participaram também a presidente do Conselho Económico e Social das Nações Unidas, Inga Rhonda King, a directora executiva do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Natália Kanem, a secretária-geral assistente para Coordenação de Políticas e Assuntos Interagências, Maria-Francesca Spatolisano, e a actriz e embaixadora da Boa Vontade do UNFPA, Ashley Judd. 

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Autoria:Expresso das Ilhas, ONU News,2 abr 2019 9:00

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  29 dez 2019 23:21

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