"Não há que responder, evidentemente, a um organismo que não existe, perante um organismo que não existe. O nosso dever é responder aos venezuelanos. Não podemos ficar em casa, devemos fazer protestos estratégicos organizados", disse.
Juan Guaidó falava em Santa Fé (sudeste de Caracas), na noite de terça-feira, onde teve lugar uma assembleia de cidadãos.
"Quero saber quem das Forças Armadas e dos organismos de segurança se prestará para sequestrar o [autoproclamado] Presidente da República?", frisou.
Guaidó frisou ainda que se encontrava tranquilo por ter "a responsabilidade e o compromisso" com os venezuelanos "de continuar em frente (...) aconteça o que acontecer".
"Pensam que atacando-me (...) vão deter a esperança de mudança na Venezuela. Esta luta é pela alma da Venezuela, é uma luta muito profunda (...). Ao regime fica-lhe apenas força fruta".
Guaidó convocou os venezuelanos a realizarem um mega protesto a 06 de Abril, a partir das 11:00 horas locais (16:30 horas em Lisboa).
A Assembleia Constituinte venezuelana aprovou terça-feira um decreto que levanta a imunidade parlamentar do autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.
O decreto autoriza ainda o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) a continuar o julgamento contra Juan Guaidó, por alegadamente violar a Constituição ao autoproclamar-se Presidente interino da Venezuela e por desrespeitar, em Fevereiro último, uma proibição de saída do país ditada por aquele órgão.
O STJ venezuelano acusou segunda-feira o autoproclamado Presidente interino do país, Juan Guaidó, de "desacato" a decisões daquele organismo e ordenou à Assembleia Constituinte o levantamento da sua imunidade parlamentar.
Em causa está uma sentença de 29 de Janeiro, que proibia Juan Guaidó de sair da Venezuela e que não foi acatada em 22 de Fevereiro, data em que o opositor iniciou uma deslocação de vários dias a países da América Latina.
O STJ, que também é composto por elementos afectos ao regime do Presidente Nicolás Maduro, ratificou as medidas contra Juan Guaidó, de proibição de sair do país até terminar a investigação em curso, de alienar bens de sua propriedade e o bloqueio e imobilização de contas bancárias ou qualquer outro instrumento financeiro em território venezuelano.
Por outro lado, ordenou remeter "cópia certificada da presente decisão ao presidente da Assembleia Constituinte para fins de levantamento da imunidade parlamentar de Juan Guaidó na sua condição de deputado [e presidente] da Assembleia Nacional".