"Vamos apresentar em breve um projecto de lei que determina as regras de qualquer referendo relevante para a actualidade ou o futuro, que seja da competência do parlamento escocês", afirmou Nicola Sturgeon, líder do Partido Nacional Escocês (SPN, na sigla em inglês) no parlamento de Edimburgo.
Segundo acrescentou, a primeira-ministra espera que o texto seja aprovado até ao final deste ano.
Os escoceses já se pronunciaram sobre a independência da nação em Setembro de 2014, tendo o "não" vencido por 55%.
Mas o SNP não desistiu do objectivo, que foi alavancado pelo resultado do referendo sobre o Brexit, em Junho de 2016.
A Escócia votou, na altura, contra o Brexit (62% dos escoceses disseram "não"), contrariamente ao Reino Unido, em que 52% optaram pelo "sim".
Para convencer os escoceses a rejeitar a independência em 2014, os activistas da manutenção da situação usaram o argumento do risco de a separação do Reino Unido arrastar uma separação também da União Europeia.
"Uma escolha entre o Brexit e um futuro para a Escócia como nação independente europeia deverá ser proposta durante o mandato actual do parlamento", afirmou Sturgeon na semana passada.
A primeira-ministra acrescentou que o seu Governo quer "dar aos cidadãos uma escolha em matéria de independência" antes das próximas eleições, em maio de 2021.
Nos últimos anos, Nicola Sturgeon pediu aos seus apoiantes para esperarem uma mudança em relação ao Brexit antes de considerar um novo referendo.
A dirigente falou duas semanas após Bruxelas ter aceitado um novo adiamento da data do Brexit para 31 de Outubro a fim de procurar uma solução para o impasse político actual no parlamento de Westminster, que tem sido incapaz de chegar a acordo sobre a forma de sair da União Europeia.
"Fizemos todos os possíveis para evitar a crise do Brexit no conjunto do Reino Unido", assegurou a primeira-ministra, acrescentando que lamenta que o Governo britânico "não sirva os interesses da Escócia".