Sem se referir directamente a Washington, Khamenei declarou que “manter-se de pé e resistir às exigências excessivas e ao ‘bullying’ do inimigo é a única maneira de o deter”.
“A resistência tem um custo, mas o custo de se render ao inimigo é maior”, adiantou.
Khamenei falava junto ao mausoléu do ayatollah Ruhollah Khomeini, fundador da República Islâmica e primeiro guia supremo do Irão, que morreu fez na segunda-feira 30 anos.
A tensão entre os Estados Unidos e o Irão tem vindo a aumentar desde que Washington abandonou unilateralmente em maio de 2018 o acordo de 2015 sobre o nuclear iraniano e restabeleceu sanções que afectam duramente a economia da República Islâmica.
Nas últimas semanas a tensão registou uma escalada depois de os Estados Unidos anunciarem um reforço militar no Médio Oriente e de Teerão ter feito um ultimato aos restantes signatários do acordo nuclear (Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China) para encontrarem uma solução para contornar as sanções norte-americanas ou abandonará alguns compromissos do pacto.
No domingo, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, declarou que os Estados Unidos estão prontos a dialogar com o Irão "sem condições prévias". Adiantou, no entanto, que se manterá “o esforço norte-americano para parar as actividades nefastas da República Islâmica e da sua força revolucionária”.
Teerão respondeu no mesmo dia excluindo negociar com Washington sem uma mudança visível do “comportamento geral” dos Estados Unidos.
“A mudança do comportamento geral e dos actos dos Estados Unidos em relação à nação iraniana é o critério” que será tido em conta antes de qualquer eventual negociação, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Abbas Moussavi.
“A ênfase posta por Pompeo na continuação de uma pressão máxima sobre o Irão mostra a continuação do mesmo comportamento defeituoso que deve ser corrigido”, disse ainda Moussavi, citado num comunicado do ministério.