"Verificou-se que é impossível que estes três candidatos possam exercer a presidência da Comissão", disse Macron à saída da cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), referindo-se aos candidatos das três grandes famílias políticas europeias: Manfred Weber, pelo Partido Popular Europeu, Frans Timmermans, pelos Socialistas Europeus, e Margrethe Vestager, pelos Liberais.
"Não concluímos a tarefa, mas progredimos, clarificando a situação e definindo regras", prosseguiu o chefe de Estado francês, acrescentando que agora vai "relançar-se" o processo de consultas para que "outros nomes surjam e seja conseguido um equilíbrio à volta da mesa".
Macron adiantou esperar que, no processo de consultas conduzido pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, "possam emergir quatro ou cinco nomes principais durante a semana que vem".
Questionado sobre se a candidata liberal Margrethe Vestager está "descartada", o Presidente de França, do grupo dos liberais, respondeu afirmativamente.
"O presidente Tusk estabeleceu claramente ontem [quinta-feira] que não havia uma maioria para os três candidatos evocados. Assim, a conclusão legítima é que foi pedido que sejam propostos outros nomes, pelo que a resposta é sim", afirmou, citado por agências internacionais.
Macron instou por outro lado o Parlamento Europeu (PE) a "não exceder" as suas competências no processo de nomeação dos cargos de topo na UE e rejeitou que a negociação de nomes entre os líderes europeus seja qualificada de "pouco democrática".
"O que é democrático é o que dizem os tratados, são regras que definimos para nós próprios", disse, frisando que o que está escrito é que o Conselho Europeu propõe a presidência da Comissão Europeia e submete-a a votação no Parlamento Europeu.
"Os chefes de Estado e de Governo foram eleitos democraticamente, não têm menos legitimidade que os eurodeputados", disse.
"Respeito totalmente o PE nas suas competências, mas que não se exceda nas nossas competências", pediu, sublinhando que se trata de "uma discussão entre os 28".
Os líderes europeus não conseguiram chegar já a um acordo sobre as designações para os cargos de topo da UE.
Além da presidência da Comissão Europeia, estão em jogo as presidências do Parlamento Europeu, do Conselho Europeu e do Banco Central Europeu, e ainda o cargo de Alto Representante para a Política Externa.
Donald Tusk anunciou que os líderes voltarão a reunir-se a 30 de Junho, prosseguindo até lá o processo de consultas.