Rússia e EUA reúnem-se novamente para abordar desarmamento nuclear

PorExpresso das Ilhas, Lusa,4 jul 2019 17:19

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo e a subsecretária de Estado norte-americana para o Controlo de Armas e Segurança Internacional vão reunir-se nos dias 17 e 18 em Genebra, para abordar o desarmamento nuclear e a estabilidade estratégica.

Na habitual conferência de imprensa, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, indicou que o encontro entre os dois representantes governamentais "está confirmado".

Esta não é a primeira vez que o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Riabkov, e a subsecretária de Estado norte-americana responsável pela pasta do controlo de armamento e assuntos de segurança internacionais, Andrea Thompson, se encontram em Genebra, na Suíça.

Em Janeiro passado, os dois representantes governamentais reuniram-se com o objectivo de tentar salvar - sem sucesso - o tratado de eliminação de mísseis nucleares de médio e curto alcance (INF, na sigla em inglês), que Washington e Moscovo assinaram em 1987 e que agora ambos os países suspenderam entre acusações mútuas.

Serguei Riabkov já tinha adiantado que o diálogo sobre a estabilidade estratégica entre os dois países seria retomado em breve, em particular para ver se ambos os países podem prolongar o tratado de redução de armas nucleares, conhecido como New START ou START III, que termina em 2021.

Na quarta-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, ratificou a suspensão pela Rússia da sua participação no tratado de desarmamento nuclear INF.

Na sequência de um decreto divulgado pelo Kremlin, a Rússia deixa de se comprometer com este texto assinado pelos então presidentes dos EUA, Ronald Reagan, e da ex-União Soviética, Mikhail Gorbachev, que proibia a utilização pelos dois países de mísseis terrestres com um alcance entre 500 e 5.500 quilómetros.

Esta decisão tinha sido aprovada em Junho pelo parlamento russo.

O tratado sobre armas nucleares de alcance intermediário, assinado na Casa Branca, foi denunciado pelo Presidente norte-americano Donald Trump em 01 de Fevereiro, e por Moscovo no dia seguinte, com os dois países a acusarem-se mutuamente de violarem os termos do acordo.

O Presidente russo emitiu de imediato uma ordem para serem disponibilizados no prazo de dois anos novos tipos de mísseis terrestres, designadamente pela adaptação dos motores de alcance intermédio já existentes, mas apenas utilizados nos mares e no ar.

No sábado, Putin anunciou que Moscovo e Washington "instruíram" os respectivos chefes da diplomacia de ambos os países a "iniciarem consultas" sobre uma extensão do tratado de não proliferação de armas nucleares.

O acordo de não proliferação nuclear entre os Estados Unidos e a Rússia é um dos mais importantes símbolos do fim da Guerra Fria.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,4 jul 2019 17:19

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  31 mar 2020 23:21

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